Gosto muito de estar aqui hoje nesta cerimónia de entrega do Prémio Escolar Montepio relativo ao ano de 2008.
Quero que a minha presença seja uma forma de reconhecimento público pela iniciativa tomada pelo Montepio Geral.
Instituir um prémio, com características pioneiras, para distinguir as escolas pelo seu trabalho e pela sua competência é um contributo que prestamos àqueles que fazem da qualificação do ensino a sua profissão, aqueles que desejam construir um Portugal melhor.
A administração do Montepio Geral entendeu que esta era uma das melhores formas de concretizar o princípio da responsabilidade social que cabe a todas as empresas.
Bem hajam, pelo sentido de futuro que presidiu a esta iniciativa e pelo exemplo que ela pode constituir para outras empresas.
Tenho a certeza que mais seguirão o exemplo do Montepio.
Todos sabemos da importância da escola no caminho que temos de percorrer.
Identifico-me com os critérios adoptados para seleccionar e distinguir as escolas premiadas. O prémio ao esforço empreendido pelas escolas, pelos seus alunos, os seus professores e as comunidades em que estão inseridas, acaba por representar um forte estímulo ao progresso de desejamos.
Este ano foi valorizado o combate ao abandono escolar, o incentivo aos bons hábitos de trabalho e de estudo, a promoção do empreendedorismo, da cidadania ambiental ou da cultura científica.
É o reconhecimento do mérito e do esforço para se fazer melhor, mesmo quando o ponto de partida não é necessariamente dos mais elevados.
E isto é muito importante, porque quanto mais em baixo estamos mais precisamos de subir.
Este prémio ganha ainda maior sentido quando constatamos que a maioria das escolas se situa em regiões que não são económica e socialmente privilegiadas.
Trata-se de comunidades que lutam contra situações difíceis e que recusam a fatalidade do atraso, apostando em melhorar, dia a dia, a formação das novas gerações.
O apelo que o meu marido tem feito frequentemente aos Portugueses para que não se resignem perante as dificuldades e a adversidade, encontra resposta nestas escolas, nestes alunos, nestes professores, nestas comunidades que não desistem de buscar novos objectivos e novas soluções.
Encontro, um pouco por todo o País, exemplos dessa preocupação em ir mais além, em fazer melhor.
Só assim a escola tem razão de ser. Só assim podemos manter a esperança de que melhores dias virão.
Eu acredito que vamos conseguir, porque não podemos estar condenados à estagnação e ao desalento.
O vosso exemplo dá-me o direito de acreditar.
Maria Cavaco Silva