É para mim uma imensa satisfação visitar o Porto, cidade filha do rio e do mar, cidade que se embeleza e moderniza, que prepara o seu futuro sem destruir a riqueza das suas tradições e do seu património histórico.
“Porto – cidade de luz de granito”, como escreveu o poeta José Gomes Ferreira, aqui nascido na velha rua das Musas, a 9 de Junho, há precisamente 106 anos, a quem presto a minha homenagem.
As comemorações oficiais do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas têm lugar este ano nesta cidade do Porto.
À Câmara Municipal do Porto, na pessoa do seu Presidente, é devida uma palavra de justo reconhecimento pela colaboração prestada na organização destas comemorações.
Quero também manifestar o meu agradecimento pela forma como a cidade nos recebe. Nestes Paços do Concelho sentimo-nos como se estivéssemos em casa. A hospitalidade é uma tradição antiga das gentes do Norte, que nunca fecharam as portas àqueles que chegam por bem. No Porto, não nos sentimos forasteiros, sobretudo em dias de festa e de alegria, como são o dia de hoje e o de amanhã.
Ao escolher o Porto como palco das comemorações do Dia de Portugal, as primeiras que se realizam desde que assumi funções como Presidente da República, quis deixar claramente vincado o meu mais profundo respeito e apreço por esta cidade e pelas suas gentes.
Mas quis que esta escolha fosse algo mais do que um gesto simbólico de simpatia pelos habitantes do Porto.
Na escolha do Porto como cidade anfitriã do Dia de Portugal, existe um sentido mais profundo, que quero aqui realçar.
Num tempo em que tanto se fala na necessidade de os Portugueses terem confiança em si próprios, as gentes do Norte e as do Porto, em particular, são um exemplo vivo de quem não duvida das suas capacidades e força para vencer.
Num tempo em que todos temos consciência das dificuldades e dos desafios que Portugal enfrenta, o povo desta cidade representa um modelo que devemos ter presente. O povo do Porto conheceu a adversidade, mas nunca se deixou derrotar por ela. Defendeu a liberdade, porque nunca teve medo de ser livre.
Aqui, na cidade do Porto, o empreendedorismo não é uma palavra vã nem uma ideia feita. A vitalidade do tecido empresarial desta região, o sentido de autonomia das organizações da sociedade civil, a dedicação ao trabalho e a generosidade das suas gentes, os níveis de desenvolvimento aqui registados, são os melhores exemplos do espírito do Porto.
É este espírito que quero sublinhar. Ao escolher o Porto como cidade anfitriã das comemorações oficiais do dia 10 de Junho, as primeiras do meu mandato, foi esta a mensagem, simples mas profunda, que quis deixar a todos os Portugueses: o espírito das populações do Porto é uma das potencialidades maiores do nosso Portugal.
© Presidência da República Portuguesa - ARQUIVO - Aníbal Cavaco Silva - 2006-2016
Acedeu ao arquivo da Página Oficial da Presidência da República entre 9 de março de 2006 e 9 de março de 2016.
Os conteúdos aqui disponíveis foram colocados na página durante aquele período de 10 anos, correspondente aos dois mandatos do Presidente da República Aníbal Cavaco Silva.