É com enorme gosto que participo neste almoço empresarial luso-timorense.
Como sabem, Timor-Leste mantém um capital de carinho muito grande entre os portugueses e é também esse calor que eu gostaria de transmitir hoje aqui.
O futuro económico de Timor-Leste apresenta-se, hoje, mais risonho do que nunca. O Plano Estratégico de Desenvolvimento Nacional para os próximos 20 anos almeja fazer de Timor-Leste um país de rendimento médio. A expectativa da exploração das reservas timorenses de hidrocarbonetos abre, de facto, um horizonte de esperança que importa preservar. Para os timorenses, o desafio será usar esta riqueza de forma eficiente e em benefício de todos, incluindo as gerações futuras. As taxas de crescimento dos últimos anos, acima de 11 por cento, sugerem que Timor-Leste está num bom caminho e que é uma economia plenamente viável e pronta para o desenvolvimento.
Portugal no seu todo, Estado e Sociedade Civil, têm procurado dar o seu melhor contributo para o desenvolvimento de Timor-Leste, seja no setor da Boa Governação, em áreas como a Defesa, a Segurança, a Justiça e a Comunicação Social, seja no setor social, em áreas como a Educação, a Saúde e a Erradicação da Pobreza, seja, ainda, em diversas áreas do setor produtivo.
Os milhares de portugueses que têm participado nos programas de ajuda ao desenvolvimento a Timor-Leste fazem-no com espírito de missão. Tenho recebido muitos relatos da satisfação de experiências vividas em Timor-Leste, onde muitos pretendem regressar.
Esta participação inclui o Estado, organizações não-governamentais, instituições ligadas à Igreja, bem como iniciativas empresariais. Este esforço de cooperação tornou-se, aliás, numa razão de vida para muitos portugueses que se apaixonaram pela terra timorense.
São, por isso, motivo de justificado orgulho tanto os resultados diretos como os muitos resultados indiretos da contribuição de Portugal para o desenvolvimento de Timor-Leste.
O peso de Portugal no investimento e no comércio externo de Timor é, no entanto, ainda diminuto. A distância geográfica não ajuda. Mas a proximidade cultural e a confiança mútua são reais. As oportunidades existem e estou convencido de que tenderão, no quadro do Plano Estratégico de Desenvolvimento, a multiplicar-se. Importa conhecê-las e tirar delas o melhor partido, em benefício mútuo.
Timor-Leste, que é o único país membro da CPLP na Ásia, pode bem vir a assumir no futuro uma posição importante como plataforma de implantação das empresas portuguesas interessadas no vasto mercado formado pelos países membros da ASEAN.
Portugal, empenhado que está em internacionalizar a sua economia, pode encontrar em Timor-Leste uma ponte para o seu relacionamento com o Sudeste Asiático, onde deixou raízes ancestrais únicas e uma memória muito propícia ao estabelecimento de laços de comércio e investimento.
Senhor Ministro,
Espero, muito sinceramente, que o seminário empresarial luso-timorense que esta manhã teve lugar sob os seus auspícios, e cuja organização lhe agradeço, permitam forjar contactos e laços bilaterais cada vez mais profundos e consistentes, vencendo a distância física que nos separa e tirando partido da especial amizade que nos une.
Permitam-me uma palavra final às empresas portuguesas aqui presentes. A vossa presença hoje aqui é um sinal do vosso compromisso com este povo e esta economia. Sei que nem todos os investimentos terão corrido da melhor forma, mas, pelo que já fizeram, contribuíram de forma insubstituível para o reforço da parceria estratégica entre Portugal e Timor. Acredito que a vossa visão estratégica sobre o futuro deste povo e desta economia será benéfico para as vossas empresas.
Espero que o vosso exemplo traga outros atores portugueses para Timor e para esta região.
© Presidência da República Portuguesa - ARQUIVO - Aníbal Cavaco Silva - 2006-2016
Acedeu ao arquivo da Página Oficial da Presidência da República entre 9 de março de 2006 e 9 de março de 2016.
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