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30.º aniversário da adesão de Portugal às Comunidades Europeias
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INTERVENÇÕES

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Discurso do Presidente da República na Cerimónia de Atribuição do Grande Prémio do Romance e da Novela, promovida pela Associação Portuguesa de Escritores
Fundação Calouste Gulbenkian, 24 de Junho de 2006

Tenho o maior prazer em estar aqui hoje para entregar o Grande Prémio do Romance e da Novela a Francisco José Viegas, o mais jovem galardoado com este importante prémio literário.

A partir de hoje, Francisco José Viegas integra a fileira de autores de língua portuguesa tão notáveis como Agustina Bessa Luis, Vergílio Ferreira ou Lídia Jorge, entre outros, e essa é sem dúvida a felicitação mais expressiva que lhe pode ser dirigida.

Podemos dizer que Francisco José Viegas é um homem de cultura, reconhecido pelo público e pelos seus pares e que muito justamente mereceu o prémio que hoje lhe é entregue.

Mas eu gostaria de qualificar o premiado como um viajante das diferentes formas de expressão, um homem da comunicação, no sentido amplo que abarca as mais variadas formas de transmitir opiniões, sentimentos, experiências, o modo como vê ou recria o que suscita interesse e inspira.

Professor de linguística, jornalista, autor de programas na televisão, poeta, romancista, autor de peças de teatro e de livros de viagens, Francisco José Viegas vê consagrado, não só o seu talento para escrever e contar, mas também a generosidade e o brilho com que transmite o gosto pela vida e a avidez de ver mais, de saber mais e de transportar os outros nas suas formas de sentir.

Felicito o premiado pela sua obra literária, que divulga e dignifica a língua portuguesa, confiante de que lhe está reservado um futuro promissor onde encontrará novos e merecidos êxitos.

Felicito também a Associação Portuguesa de Escritores, na pessoa do seu Presidente, José Manuel Mendes, pelo trabalho assinalável que esta associação tem desenvolvido em prol da cultura portuguesa.

Por aqui passou a maioria das grandes figuras das letras portuguesas da segunda metade do século XX, mas também nomes importantes da história do civismo e da liberdade.

Na era da comunicação, em que a escrita se estiliza e compete com formas de transmitir imediatas e formatadas, em que a imagem ocupa um espaço dominador e atraente, os escritores são os mais qualificados depositários desse bem inestimável que é a língua de um povo.

São eles que a preservam, a afeiçoam e a adaptam às novas realidades. São eles que a renovam, em suma, criando a partir das raízes sólidas novos modos de exprimir e comunicar.

Não é demais sublinhar a importância estratégica da língua portuguesa no contexto internacional e o papel determinante que o profundo conhecimento da língua materna tem na educação dos jovens e na sua capacidade para aprender e se desenvolver em todas as áreas do saber.

Portugal orgulha-se de possuir um património literário que se enaltece e enriquece permanentemente, com obras notáveis que são traduzidas em múltiplas línguas.

É essa riqueza e essa cultura que aqui hoje se celebram também, numa homenagem que significa essa vontade de continuar a marcar com a nossa presença a modernidade da cultura europeia e mundial.

Renovo, pois, em nome dos portugueses, a justa homenagem aos escritores, à Associação e, em especial, a Francisco José Viegas, desejando-lhe a continuação dos maiores sucessos.

© Presidência da República Portuguesa - ARQUIVO - Aníbal Cavaco Silva - 2006-2016

Acedeu ao arquivo da Página Oficial da Presidência da República entre 9 de março de 2006 e 9 de março de 2016.

Os conteúdos aqui disponíveis foram colocados na página durante aquele período de 10 anos, correspondente aos dois mandatos do Presidente da República Aníbal Cavaco Silva.