Foi com muito gosto que aceitei o convite para vir hoje a Santiago do Cacém, esta bonita terra de origens pré-históricas, cujo concelho, de grande riqueza natural, faz a transição entre o interior e o litoral alentejano, e associar-me às comemorações do nonagésimo aniversário da Caixa de Crédito Agrícola, também assinaladas com a inauguração das novas instalações da sua sede.
Os noventa anos desta Caixa Agrícola, apesar de revelarem uma longevidade notável e respeitável, não se traduzem em qualquer sinal de velhice. A Caixa é antiga mas não é velha.
Com efeito, a juventude é a sua imagem de marca uma vez que está de boa saúde e a crescer com grande dinamismo, quer pelo alargamento da sua área geográfica de operações, quer pela sua importante participação em iniciativas de apoio ao desenvolvimento nesta região.
Creio que o desempenho meritório da Caixa de Santiago do Cacém é reconhecido por todos, dentro e fora do concelho, quer em zonas difíceis e pouco povoadas do interior, quer no litoral, em zonas de grande importância económica e ambiental, onde o desafio de um desenvolvimento sustentado requer uma participação dinâmica e informada que a Caixa tem ajudado a assegurar.
Cumprimento, por isso, os seus órgãos dirigentes e os seus associados pelo aniversário que hoje assinalamos, sem esquecer todos aqueles que fizeram nascer e crescer esta instituição desde 1916 e que fizeram dela uma das caixas mais destacadas do crédito agrícola em Portugal.
A história da Caixa Agrícola de Santiago confunde-se em larga medida com a história do Crédito Agrícola, cuja estrutura de cúpula chegou recentemente a liderar.
É longa e rica a contribuição das Caixas de Crédito Agrícola Mútuo para o desenvolvimento do nosso país e das zonas rurais em particular. A sua raiz histórica pode ter estado ligada às misericórdias e aos chamados Celeiros Comuns, sobretudo a partir do século dezoito, mas foi no início da República, em 1911, que o ministro Brito Camacho fundou o verdadeiro crédito agrícola em Portugal.
Desde então, as Caixas de Crédito Agrícola não se afastaram da sua missão original de apoio à agricultura, donde maioritariamente se recrutam os seus associados, bem como das áreas essencialmente rurais, onde se situa a esmagadora maioria dos seus balcões.
Apraz-me assinalar o facto do Grupo do Crédito Agrícola, do qual a Caixa de Santiago do Cacém faz parte, ser hoje constituído por 111 Caixas, dispor de 600 balcões abertos aos associados e estar presente em todo o nosso território rural, onde ocupa uma posição de liderança entre as instituições financeiras aí presentes, se não considerarmos as praças de Lisboa e do Porto.
Assinalo também, com satisfação, os bons resultados registados pelo grupo nos últimos anos, nas múltiplas actividades a que se tem dedicado, em consequência de uma progressiva adopção de boas práticas que tem vindo a introduzir no seu sistema de crédito e de um importante esforço de consolidação financeira cujos resultados são já visíveis.
O Portugal rural, cujo desenvolvimento é vital para manter os equilíbrios fundamentais do nosso País, precisa de instituições como as Caixas de Crédito Agrícola. Elas estão sujeitas, como as demais instituições de crédito, a uma lógica muito concorrencial que lhes exige grande capacidade de gestão. Mas não devemos esquecer que a sua tradição, cultura e objectivos transformam-nas em instrumentos de desenvolvimento de proximidade, em que a solidariedade e até a inclusão social estão presentes.
Termino desejando à Caixa de Crédito Agrícola de Santiago do Cacém, aos seus dirigentes e associados, as maiores felicidades para o futuro e que possam festejar muitos mais aniversários.
A vossa já longa história e a vossa determinação e sentido de responsabilidade são uma das melhores garantias para que continuem a servir bem o desenvolvimento da região em que se integram.
© Presidência da República Portuguesa - ARQUIVO - Aníbal Cavaco Silva - 2006-2016
Acedeu ao arquivo da Página Oficial da Presidência da República entre 9 de março de 2006 e 9 de março de 2016.
Os conteúdos aqui disponíveis foram colocados na página durante aquele período de 10 anos, correspondente aos dois mandatos do Presidente da República Aníbal Cavaco Silva.