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Assembleia Geral das Nações Unidas
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Nova Iorque, EUA, 28 de setembro de 2015 ler mais: Assembleia Geral das Nações Unidas

PRESIDENTE da REPÚBLICA

INTERVENÇÕES

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Discurso do Presidente da República no Banquete em honra de Sua Excelência a Presidente da República do Chile
Palácio de Queluz, 1 de Dezembro de 2009

Senhora Presidente Michelle Bachelet, Excelência,
Excelentíssimas Autoridades,
Senhoras e Senhores,

É com uma satisfação muito particular que a acolhemos, Senhora Presidente, nesta Visita de Estado a Portugal. Recebemos, na sua pessoa, a Chefe de Estado de um país muito amigo e uma personalidade cujo percurso pessoal e político é um exemplo.

Nem eu, nem minha mulher esqueceremos a hospitalidade com que Vossa Excelência e o povo chileno nos receberam, em Novembro de 2007, e os múltiplos sinais de amizade de que nos deram testemunho.

Portugal e o Chile têm muito em comum.

Recordo, a esse propósito, o encontro, em Isla Negra, na casa de Pablo Neruda, com um grupo de jovens chilenos que estudam a língua portuguesa, em que invocámos, através da obra de grandes poetas chilenos e portugueses, a nossa comum ligação ao Mar.

A história do nosso relacionamento é secular. Portugal foi o primeiro país a reconhecer a independência do Estado chileno. E é com muita honra que estará presente, em resposta ao convite que Vossa Excelência nos dirigiu, na Regata que assinalará as Comemorações do Bicentenário da Independência do Chile, através da participação do Navio - Escola “Sagres”, da Marinha Portuguesa.

Durante os muitos anos do nosso relacionamento soubemos reconhecer as afinidades que nos unem e construir uma sólida relação de amizade. O Memorando de Entendimento sobre Consultas Políticas, que será assinado amanhã, e o apoio do Chile à candidatura portuguesa ao Conselho de Segurança das Nações Unidas, que quero, mais uma vez, agradecer, são exemplos eloquentes do excelente nível do nosso relacionamento político.

Uma excelência que queremos ver alargada a outros domínios.

Desde logo, ao domínio económico. Reconheço os progressos verificados desde a minha Visita ao Chile, acompanhado por uma missão empresarial que dali trouxe as melhores referências. Aumentou a presença de empresas e de investimentos portugueses, no Chile, e inauguraram-se novas vias de cooperação, como reflecte a assinatura, amanhã, de um Memorando de Entendimento sobre energias renováveis.

Há, no entanto, condições para sermos mais ambiciosos. As trocas comerciais ainda estão longe do seu potencial e são evidentes as vantagens de uma cooperação e de parcerias mais estreitas em áreas como o turismo, a inovação tecnológica, a construção e gestão de infra-estruturas ou a vinicultura. Estou certo de que o Seminário Económico, que terá lugar, amanhã, constituirá um importante contributo nesse sentido.

Mas há, também, muito ainda a fazer no que toca ao intercâmbio cultural e à cooperação entre instituições académicas e de investigação. É aqui que se tecem, muitas vezes, os laços de cumplicidade em que assenta a cooperação noutros domínios.


Senhora Presidente,

Vossa Excelência acaba de nos honrar com a sua presença na cerimónia que assinalou, há instante, a entrada em vigor do Tratado de Lisboa. Como tive a oportunidade de referir nessa ocasião, queremos que este Tratado sirva o projecto de uma Europa aberta ao mundo. Nem outra coisa seria de esperar de um país a que Pablo Neruda chamou a “proa da Europa”.

Portugal tem defendido um relacionamento mais profundo da União Europeia com a América Latina e com os países que dela fazem parte.

No que diz respeito às relações entre a União Europeia e o Chile, entendemos que os resultados alcançados ao abrigo do Acordo de Associação justificam um novo patamar de relacionamento. Nessa linha, quero reiterar-lhe, Senhora Presidente, o nosso firme apoio às negociações com vista à criação de uma Associação para o Desenvolvimento e Inovação, entre a União Europeia e o Chile.


Senhora Presidente,

O Chile é uma fonte de exemplos, que merecem a nossa reflexão e justificam a nossa admiração.

Exemplo de um país que ultrapassou uma fase traumática da sua História e soube consolidar um regime democrático, assente numa economia aberta, gerida de forma rigorosa, que lhe tem garantido notáveis progressos de desenvolvimento; um país que não ignora as preocupações sociais - e, quero, aqui, prestar homenagem à acção de Vossa Excelência neste domínio; um país que construiu uma teia de relacionamentos bilaterais que fazem dele uma plataforma para outras nações e continentes; um país que se soube preparar para tirar partido das oportunidades do mundo globalizado em que vivemos e que olha o futuro com confiança.

Um país ao qual Portugal se sente ligado de forma muito especial e com o qual queremos que a nossa relação seja cada vez mais estreita. Sei que teremos sempre, em Vossa Excelência, Senhora Presidente, um aliado empenhado neste desígnio. Sou testemunha privilegiada, desde o primeiro dia em que nos conhecemos, do carinho muito especial que lhe merecem Portugal e os portugueses.

Peço a todos que se juntem a mim, num brinde à saúde e felicidade pessoal da Presidente Michele Bachelet, à prosperidade do Povo amigo do Chile e ao futuro das relações entre os nossos dois países.

Muito obrigado.

© Presidência da República Portuguesa - ARQUIVO - Aníbal Cavaco Silva - 2006-2016

Acedeu ao arquivo da Página Oficial da Presidência da República entre 9 de março de 2006 e 9 de março de 2016.

Os conteúdos aqui disponíveis foram colocados na página durante aquele período de 10 anos, correspondente aos dois mandatos do Presidente da República Aníbal Cavaco Silva.