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Visita ao Centro de Formação  Profissional de Setúbal,  no âmbito da 6ª jornada do Roteiro para uma Economia Dinâmica dedicada à Educação e Formação Profissional
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PRESIDENTE da REPÚBLICA

INTERVENÇÕES

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Discurso do Presidente da República no Banquete de Estado em honra de Suas Majestades os Reis da Jordânia
Palácio Nacional da Ajuda, 16 de Março de 2009

Majestades,
Excelentíssimas Autoridades,
Ilustres Convidados,

É com grande prazer que acolhemos Vossas Majestades, bem como à ilustre delegação que os acompanha, nesta primeira visita oficial a Portugal.

Minha mulher e eu guardamos as mais gratas recordações daquela que foi a primeira deslocação oficial de um Chefe de Estado Português à Jordânia. Para lá dos resultados, recordamos a extraordinária hospitalidade com que fomos recebidos. Esperamos, sinceramente, que Vossas Majestades se sintam tão bem em Portugal, como nós nos sentimos na Jordânia.

Desde o estabelecimento de relações diplomáticas entre Portugal e a Jordânia, em 1972, os nossos países construíram uma relação sólida baseada na amizade, no respeito mútuo, na partilha dos valores da paz, da tolerância, dos direitos humanos.

Pela sua História, cultura e geografia, Portugal mantém uma relação muito próxima com os países da orla sul do Mediterrâneo e com o mundo árabe. Os traços da influência portuguesa em muitos países árabes e da influência árabe em Portugal são ainda hoje bem visíveis na língua, na literatura, na arte, na arquitectura, na música, na gastronomia, constituindo uma parte da nossa identidade de que muito nos orgulhamos.

Os especiais laços que nos aproximam do mundo árabe e os interesses que partilhamos com o Mediterrâneo, fazem desta região uma vertente prioritária da nossa política externa e uma área de confluência dos interesses de Portugal e da Jordânia.

Os nossos países são promotores activos do reforço continuado da parceria Euro-Mediterrânica.

Partilhamos com a Jordânia a convicção de que a resolução do conflito israelo-palestiniano constitui uma prioridade de importância estratégica, não apenas para a promoção da paz e estabilidade regional, mas também para a segurança internacional.

Como preconizado pela Iniciativa de Paz Árabe, a cooperação entre todas as partes, incluindo, em primeiro lugar, as partes no conflito, é de vital importância para que o cessar-fogo possa dar lugar a um processo de reconciliação que garanta, a israelitas e palestinianos, o futuro de paz e de desenvolvimento económico e social a que têm direito.

Neste contexto, quero saudar, muito em particular, os esforços que a Jordânia vem desenvolvendo em diferentes frentes do processo de paz e, em especial, na promoção da unidade e da reconciliação do mundo árabe.

Pelo exemplo de tolerância, liberdade e convivência pacífica que constitui a sua própria sociedade, pela seu conhecimento das realidades em presença e pela sua excepcional capacidade de interlocução, a Jordânia desempenha um papel fundamental na criação das condições para um diálogo construtivo entre as partes.

A moderação, abertura ao diálogo e a dedicação à causa da paz de Vossa Majestade e do Povo Jordano são uma fonte de esperança particularmente importante e inspiradora no período difícil que o processo de paz actualmente atravessa.

Permitam-me que destaque, nesta oportunidade, o particular contributo de Sua Majestade, a Rainha Rania, que o Centro Norte-Sul do Conselho da Europa, esta tarde, muito justamente, reconheceu.

Para Portugal, a Jordânia é um parceiro essencial para a melhor compreensão e avaliação de uma situação cuja importância para nós está bem reflectida na presença, entre as forças da UNIFIL, de um contingente português.

Majestades,

Tivemos hoje, uma vez mais, oportunidade de constatar a excelência do nosso relacionamento bilateral e a firme determinação que ambos os países colocam no aprofundamento da sua cooperação em todos os domínios.

A qualidade do nosso relacionamento político, os valores e interesses que partilhamos permitem que olhemos com ambição para o futuro da nossa cooperação.

Portugal é hoje um país moderno e competitivo, inserido no contexto mais vasto da União Europeia, apostado em responder aos desafios da globalização através de um crescente investimento na investigação, educação e inovação.

Por seu lado, a Jordânia é um país em franco desenvolvimento, com uma classe empresarial dinâmica e empreendedora, e com uma economia aberta, que tem na União Europeia o seu principal parceiro comercial. Possui, além disso, recursos humanos altamente qualificados, boas infra-estruturas e uma posição estratégica que lhe permite funcionar como plataforma de expansão regional.

Estou certo de que os empreendedores portugueses poderão desempenhar um papel activo no processo de modernização e crescimento económico da Jordânia, aproveitando, também, as oportunidades que o país oferece, para a constituição de parcerias sólidas, que reforcem a sua presença na região.

Os contactos empresariais no decurso desta visita surgem na sequência dos promissores resultados que se vêm registando, nesta área, desde o ano passado e permitirão, agora com o enquadramento do Acordo de Promoção e Protecção Recíproca de Investimentos, conferir novo impulso aos projectos, parcerias, investimentos e oportunidades de negócio entre os nossos países.

Majestades,

Vivemos um tempo de grandes desafios à escala global. Só uma resposta concertada da comunidade internacional permitirá combater o terrorismo e a pobreza, assegurar a paz e a segurança, e recuperar a confiança indispensável ao relançamento económico e a um desenvolvimento equitativo e sustentável. Só através de instituições multilaterais fortes e representativas poderemos encontrar soluções eficazes para os problemas globais do nosso tempo, que sejam aceites por todos.

Foi, por essa razão, em nome de um multilateralismo mais efectivo, dos princípios e valores fundamentais das Nações Unidas, mas também em nome da representação equitativa de todos os Estados no Conselho de Segurança, que Portugal apresentou a sua candidatura a membro não-permanente do Conselho de Segurança para o biénio 2011-12.

Muito me apraz assinalar e agradecer o apoio que a candidatura portuguesa recebeu, desde o primeiro momento, da parte da Jordânia, o que constitui um sinal inequívoco do excelente relacionamento político entre os nossos países.

Estou seguro de que saberemos tirar partido dos laços históricos, humanos e culturais que aproximam os nossos povos, da nossa pertença ao espaço Euro-Mediterrânico, bem como da nossa convergência de interesses, para consolidar uma relação cada vez mais estreita, em beneficio dos nossos cidadãos.

Termino reafirmando a minha especial satisfação e de minha Mulher por receber Suas Majestades o Rei Abdullah II e a Rainha Rania em visita oficial a Portugal e garantindo-lhe que a Jordânia pode contar com a minha determinação e com a do Povo Português para construir a relação de futuro que ambos os países ambicionam.

Muito obrigado.

© Presidência da República Portuguesa - ARQUIVO - Aníbal Cavaco Silva - 2006-2016

Acedeu ao arquivo da Página Oficial da Presidência da República entre 9 de março de 2006 e 9 de março de 2016.

Os conteúdos aqui disponíveis foram colocados na página durante aquele período de 10 anos, correspondente aos dois mandatos do Presidente da República Aníbal Cavaco Silva.