Altezas Reais
Senhores Ministros
Senhores Secretários de Estado
Senhor Embaixador de Espanha
Senhor Presidente do Conselho de Administração da EDIA
Senhores Premiados
Digníssimas Autoridades
Senhoras e Senhores,
Permitam-me que comece por agradecer, muito sensibilizado, a presença entre nós de Suas Altezas reais os Príncipes das Astúrias, uma presença que honra este acto e que é sinal da particular afeição que lhes merece o nosso País.
D. Felipe foi uma das primeiras personalidades internacionais que tive o prazer de receber após a minha eleição para a Presidência da República, ainda antes da tomada de posse.
Por outro lado, foi durante a minha Visita de Estado a Espanha, a primeira que efectuei, que foi anunciado que a Princesa das Astúrias esperava a chegada de mais um filho, a Infanta Sofia, um momento de alegria que minha mulher e eu tivemos ocasião de partilhar com Suas Majestades os reis e com Suas Altezas Reais, os Príncipes das Astúrias.
Durante essa Visita de Estado, tive oportunidade de efectuar aquela que foi a primeira Visita de um Chefe de Estado português ao Principado das Astúrias. Uma visita que, num gesto que muito nos sensibilizou, Sua Alteza Real o Príncipe Filipe quis acompanhar pessoalmente.
Depois de episódios tão marcantes, é fácil compreender a satisfação muito particular com que minha mulher e eu recebemos Vossas Altezas em Portugal, e que convosco nos associamos a este acto.
A atribuição, pela prestigiada Fundación San Benito de Alcântara, do Prémio Puente de Alcantara à Central Hidroeléctrica do Alqueva, honra Portugal e reveste-se, a vários níveis, de uma grande importância.
Em primeiro lugar, porque estamos perante um projecto estruturante do desenvolvimento social, ambiental e económico do Alentejo. O Alqueva - o maior lago artificial da Europa - assume-se como uma reserva estratégica de água e como uma infra-estrutura fundamental para o desenvolvimento dos sectores da agricultura, do turismo e da produção de energia.
Recordo, com satisfação, o momento em que o Governo, por mim liderado, decidiu, em 1993, retomar o Projecto, interrompido há longos anos, e lançar os primeiros concursos públicos com vista à sua construção. Este empreendimento de fins múltiplos entrou em funcionamento em 2002. Agora, é fundamental que o esforço de consolidação prossiga para que possam ser atingidos todos os objectivos previstos no Projecto.
Em segundo lugar, porque este projecto se reporta a duas áreas fundamentais da nossa cooperação com Espanha: a Água e a Energia.
A Convenção Luso-Espanhola de Albufeira, que regula a gestão dos rios internacionais, designadamente o Rio Guadiana, foi assinada há quase 10 anos e fez, com êxito, a sua “prova de vida” por altura da seca de 2005. Apesar das dificuldades que atingiram os dois países, com a totalidade dos seus territórios em situação de seca grave ou extrema, foi possível, com recurso aos mecanismos previstos na Convenção, minimizar os riscos colocados pela escassez de água.
Mas a obra que mereceu o Prémio da Fundação San Benito de Alcântara – a Central Hidroeléctrica de Alqueva – convoca-nos para a importância de um outro tema da cooperação entre Portugal e Espanha: o Mercado Ibérico da Electricidade.
Em ambos os casos – água e energia – Portugal e Espanha têm a ganhar com uma maior articulação e cooperação.
Em terceiro lugar, porque este Prémio chama a atenção para a importância das energias renováveis no quadro da sustentabilidade do nosso modelo de desenvolvimento.
Seja pela necessidade de reduzirmos a nossa factura energética – muito penalizada pela escalada do preço do petróleo, seja pela necessidade de combatermos as alterações climáticas, é tempo de apostar, do lado do consumo, na eficiência energética e, do lado da oferta, na produção a partir de fontes de energias renováveis.
A este propósito, vale a pena recordar que Portugal tem apenas 46% do seu potencial hídrico explorado. Congratulo-me, por isso, com recente fixação, tanto a nível europeu como a nível nacional, de metas mais ambiciosas para as energias renováveis.
Em conclusão, felicito, vivamente, os projectistas, os trabalhadores e os empresários que participaram no consórcio de empresas que projectou e construiu a Central Hidroeléctrica do Alqueva e renovo a minha imensa satisfação por termos entre nós Suas Altezas Reais os Príncipes das Astúrias, para se associarem à entrega do Prémio Puente de Alcantara.