Quero começar por manifestar o meu profundo regozijo pela forma como decorreu esta IV Conferência Internacional Roteiros do Futuro, dedicada aos Jovens, Novos Rumos, outra Esperança.
Agradeço, naturalmente, a todos os oradores, pela qualidade das suas intervenções, e, bem assim, a todos os presentes.
A participação nesta Conferência é um sinal de inconformismo e exprime o desejo de pensar e discutir, de forma esclarecida, o futuro de Portugal e dos seus jovens.
Os testemunhos, as ideias e as perspetivas inovadoras e diferenciadas que aqui foram presentes permitem-nos, ao fim destes dois dias, construir uma visão mais rigorosa e informada dos desafios que iremos enfrentar no futuro. Para vencermos esses desafios, o contributo de todos é importante.
O Inquérito ontem apresentado pela Professora Marina Costa Lobo contém resultados que devem merecer uma reflexão séria por parte dos agentes políticos, da sociedade civil e dos cidadãos em geral.
Se é certo que existem elementos que podem induzir algum pessimismo, é interessante verificar que, apesar das graves dificuldades por que todos passámos nos últimos anos, é entre os mais jovens que encontramos sinais mais consistentes de esperança e confiança no futuro.
Quer nas expectativas face ao emprego, quer na atitude perante a mobilidade, são os mais jovens, situados na faixa etária entre os 15 e os 24 anos, aqueles que melhor interpretam as mudanças do presente e que encaram o amanhã de forma mais realista e encorajadora.
Menos animadoras são as conclusões do Inquérito no que respeita à relação dos jovens com a vida política. A comparação dos resultados agora alcançados com os obtidos no estudo «Os Jovens e a Política», realizado em outubro de 2007, revela que a descrença nas instituições e a degradação da relação cívica dos jovens com a vida política registaram um agravamento que a todos nos deve preocupar.
Tenho chamado a atenção, em diversas ocasiões, para os riscos da crescente apatia cívica e da indiferença dos jovens perante a atividade política. Num tempo em que comemoramos 40 anos de democracia, é fundamental que a sociedade e a classe política, em particular, passem das palavras aos atos. De uma vez por todas, é imperioso ter consciência da gravidade deste fenómeno e da necessidade premente de agir.
Como tive oportunidade de afirmar recentemente, é fundamental desenvolver uma estratégia vocacionada para a criação de emprego qualificado e para a credibilização das instituições e seus protagonistas.
Por outro lado, é essencial que existam incentivos credíveis e transparentes que mobilizem os jovens para uma participação mais ativa na construção do seu destino comum.
Esta Conferência constitui um sinal de esperança, mas também um alerta que deve ser ouvido. Estou firmemente convicto de que as novas gerações serão portadoras de uma cidadania mais exigente e informada e que irão contribuir de forma decisiva para um futuro melhor para Portugal.
Escutámos aqui testemunhos de jovens, que independentemente da sua formação académica e do seu trajeto profissional, detêm uma consciência cívica que não lhes é imposta, que lhes é natural. A sua vontade de participar, de fazer melhor, não fica condicionada nem espera pela aprovação dos agentes políticos.
Pude reencontrar, ontem e hoje, muitos jovens com quem, ao longo dos meus mandatos, me avistei em diversas ocasiões, nomeadamente nos Roteiros para a Juventude, uma iniciativa que, de forma inédita, estabeleceu uma via de contacto direto e de aproximação da Presidência da República aos problemas e aos anseios das novas gerações de Portugueses. Certo de que é nelas que assenta a esperança de um futuro melhor, procurei dar voz aos jovens e evidenciar as suas capacidades, o seu talento, a sua criatividade, as suas conquistas, o quanto deles nos podemos orgulhar. Entendi por isso entregar a jovens a condução dos debates em cada um dos painéis desta Conferência.
Em 9 de março de 2011, na minha tomada de posse, dirigindo-me aos jovens, afirmei: “Façam ouvir a vossa voz. Este é o vosso tempo. Mostrem a todos que é possível viver num País mais justo e mais desenvolvido, com uma cultura cívica e política mais sadia, mais limpa, mais digna. Mostrem às outras gerações que não se acomodam nem se resignam. Sonhem mais alto, acreditem na esperança de um tempo melhor. Acreditem em Portugal, porque esta é a vossa terra.”
Após esta Conferência, estou mais confiante e com esperança redobrada nos tempos vindouros. Temos uma nova geração que é motivo de orgulho para os Portugueses. São jovens mais bem preparados, mais informados, mais abertos ao Mundo, portadores de uma nova ideia de cidadania, mais conscientes e mais conhecedores. Saiba a sociedade portuguesa reconhecer neles a capacidade de inventar um futuro diferente para Portugal.
Muito calorosamente, agradeço a colaboração e a presença de todos vós e o vosso exemplo de patriotismo cívico.
Muito obrigado.