A vinha e o vinho estão ligados de forma particularmente profunda à história da nossa terra, à sua cultura e tradições. É uma herança patrimonial que se enriquece a cada dia, um modo de ser e de estar do nosso povo, um traço da nossa identidade coletiva.
Hoje, a produção vitivinícola nacional é também sinónimo de inovação, de aperfeiçoamento técnico, de seleção e de requinte.
É um exemplo de conjugação equilibrada de recursos financeiros e físicos, humanos e tecnológicos. É um testemunho de empreendedorismo e criatividade, contribuindo para uma imagem de prestígio além-fronteiras.
Os vitivinicultores portugueses produzem uma admirável panóplia de cores, aromas e sabores, numa diversidade que se alia à melhor qualidade.
Não são apenas os solos e o clima do nosso País. O conhecimento e a inovação são indispensáveis para a criação de um vinho diferente, que incorpore e transmita todo o talento do seu produtor, que coloca em cada novo vinho a sua alma, tornando-o único.
Internacionalmente, os vinhos portugueses têm-se afirmado como propostas diferenciadoras, apoiadas na diversidade e na singularidade das suas castas, a que se associa uma qualidade muito consistente e uma excelente relação qualidade-preço.
Temos atualmente 47 regiões vitivinícolas em Portugal, e estão reconhecidas e protegidas 33 Denominações de Origem e 8 Indicações Geográficas.
Os vinhos do nosso país são cada vez mais objeto de atenção e de prémios internacionais.
A prestigiada revista Wine Spectator inclui este ano 6 vinhos portugueses entre os 100 melhores do mundo (dois Portos, três do Douro e um do Alentejo), o que, só por si, coloca Portugal entre os mais destacados produtores mundiais.
Minhas Senhoras e meus Senhores,
O vinho nunca foi apenas um produto agrícola. Muito mais que um bem da terra, o vinho tem sido, desde tempos imemoriais, um valor cultural revestido de uma simbologia ímpar.
Narrado em textos, cantado em poemas, idolatrado na mitologia, reproduzido em telas, esculturas, tapeçarias e vitrais, o vinho serve para brindar ao amor, à família, a contratos de sucesso, a tratados de paz ou a outros momentos de felicidade.
Além desta presença na sociedade como elemento cultural e intemporal, o vinho evidencia-se cada vez mais pela sua importância económica, com o seu peso nas nossas exportações a ser consistentemente reforçado.
Na estratégia de internacionalização dos nossos vinhos são fundamentais a consolidação de novos mercados e o reforço da imagem de elevada qualidade.
A atração da vitivinicultura, enquanto área de negócio, tem vindo a reforçar-se de modo natural. Tive oportunidade de constatar isso mesmo num encontro com jovens enólogos, nos meus encontros sobre os jovens e o futuro da economia, assim como nas visitas que faço pelo país.
A paixão com que se dedicam à criação dos seus vinhos, aliada ao reforço das suas competências e conhecimentos, é garantia de sucesso futuro.
Nesta cerimónia, no Instituto dos Vinhos do Douro e Porto, homenageamos o sector vitivinícola português, nas pessoas de um grupo de vitivinicultores, não apenas desta região, mas de toda a região Norte, que, entre outros, se distinguiram pelo seu contributo para fazer do nosso país um Portugal maior.
E é com grande satisfação que lhes irei impor as insígnias da Ordem do Mérito Empresarial na Classe do Mérito Agrícola, em reconhecimento público do contributo que dão à economia nacional e à imagem no nosso País.