Quero começar por felicitar os laureados com o Prémio Aga Khan para a Arquitetura, bem como o júri que distinguiu projetos tão representativos dos valores culturais que partilhamos.
Gostaria também de saudar Vossa Alteza, muito calorosamente, por esta iniciativa. Tanto pelo seu mérito, como pelos critérios por que se orienta, este Prémio de Arquitetura constitui um eloquente exemplo do compromisso da Rede Aga Khan para com o desenvolvimento humano, nas suas diversas vertentes.
O Prémio Aga Khan de Arquitetura promove, desde 1977, o valor cultural e artístico da conceção arquitetónica, tendo já reconhecido mais de 100 obras em diversos países e continentes. O seu montante pecuniário é o mais elevado nesta área, mas o essencial a sublinhar é o prestígio que este Prémio confere aos galardoados. Um prestígio que compreende não só o reconhecimento do valor estético dos projetos laureados, mas também o seu contributo para o desenvolvimento comunitário, a sustentabilidade, o avivar da memória histórica e da identidade, a conservação e reutilização do património e a qualidade urbanística.
São estes critérios que tornam o Prémio Aga Khan uma referência única para todo o Mundo. O Prémio identifica e reconhece o esforço e o talento de variadas escalas e geografias, constituindo um estímulo precioso para a conceção de obras de excelência que contribuem para uma melhoria das condições de vida das comunidades em que se inserem e que valorizam a identidade e a tradição, mas também a inovação e criatividade.
É, pois, com grande prazer que participo na 12ª cerimónia de entrega do Prémio Aga Khan para a Arquitetura, neste belíssimo cenário oferecido pelo Castelo de São Jorge. O Castelo de onde avistamos o casario de Lisboa e o estuário do Tejo constitui, ele próprio, o testemunho vivo das dinâmicas de uma sociedade orgulhosa das suas raízes e em permanente abertura ao Mundo e ao diálogo multicultural.
É uma honra receber em Portugal a cerimónia de entrega deste prémio de mérito excecional. Trata-se, antes de mais, e permitam-me que o refira, do reconhecimento da capacidade de Portugal como anfitrião de grandes iniciativas, não apenas numa perspetiva estritamente turística, mas também do ponto de vista da organização de eventos internacionais de referência.
Esta cerimónia vem também assinalar, da melhor forma, o extraordinário trabalho que tem sido efetuado pela Rede Aga Khan para o Desenvolvimento em Portugal. Constatamos, com o maior apreço, a missão assumida pela Fundação Aga Khan, em várias partes do Mundo, de incentivar e apoiar a preservação do património, bem como o seu vasto trabalho de revitalização social, económica e cultural.
Saúdo, igualmente, as iniciativas realizadas por ocasião da entrega do Prémio, com destaque para o Seminário que terá lugar amanhã e que reunirá os mais distintos interlocutores portugueses e estrangeiros na área da Arquitetura. Trata-se de um momento privilegiado para o debate sobre as preocupações contemporâneas na construção e preservação de um património universal comum, que se constitui como legado às futuras gerações.
Portugal dispõe de um panorama arquitetónico singular, que, em diálogo com as suas paisagens naturais, compõe lugares cujo caráter extraordinário tem vindo a ser reconhecido como Património da Humanidade. Portugal tem investido na recuperação e revalorização do seu património, procurando novas formas de sustentabilidade e funcionalidade. Paralelamente, tem provas dadas na capacidade de criar uma linguagem arquitetónica contemporânea de referência.
A qualidade e a competência dos arquitetos portugueses, reconhecidos pela atribuição de prestigiados prémios, têm vindo a projetar a sua obra na esfera internacional. O seu trabalho representa não apenas um contributo importante para a vivência do quotidiano da nossa sociedade, mas também um meio de promoção e afirmação do património cultural português no exterior do País.
A finalizar, renovo as minhas felicitações aos premiados e, na pessoa de Sua Alteza, à Rede Aga Khan, na certeza de que este Prémio, além de enaltecer o trabalho já desenvolvido, constituirá um incentivo inestimável para a qualificação do património edificado e para a própria qualidade de vida de milhares de seres humanos.
Muito obrigado.