Quero começar por felicitar a Fundação Calouste Gulbenkian e a Cotec pela organização conjunta deste Encontro “FAZ – Empreendedorismo Inovador na Diáspora”, ao qual me associo com grata satisfação.
A confluência das iniciativas Prémio Empreendedorismo Inovador e Prémio Ideias de Origem Portuguesa é um exemplo de cooperação institucional em torno de propósitos comuns e de partilha inteligente de recursos que merece todo o meu aplauso.
A minha saudação a todos os nomeados e uma calorosa palavra de boas vindas àqueles que viajaram de todo o Mundo para estar hoje aqui.
Em conjunto com a Lusofonia e o Mar, a nossa Diáspora integra o núcleo identitário fundamental da presença de Portugal no Mundo.
Os portugueses que residem e trabalham no exterior constituem um vértice primordial do esforço coletivo de valorização dos ativos culturais, linguísticos e económicos que nos caracterizam e distinguem face a outros povos.
Uma relação de proximidade, mais profícua e atuante, com as comunidades no exterior é um fator decisivo para a nossa afirmação no plano internacional. Por isso tenho insistido na necessidade de melhorar o modo como vemos e nos relacionamos com as comunidades portuguesas da Diáspora. Retóricas de ocasião terão que dar lugar a uma nova lógica de relacionamento e a ações concretas que permitam uma aproximação com resultados efetivos.
É essencial que o País valorize e beneficie do potencial que a Diáspora representa, sem esquecer que o seu envolvimento resulta de um encontro de vontades e de uma mobilização de energias e capacidades individuais.
Tenho feito questão de dar o meu apoio a todas as iniciativas orientadas para o reforço dos laços entre as Comunidades Portuguesas e o País, como foi o caso da criação, no final do ano passado, do Conselho da Diáspora Portuguesa.
É tempo de olhar Portugal, no século XXI, como uma nação pioneira da globalização, que procura afirmar o seu estatuto de povo do Mundo e aberto ao Mundo.
Esta pretensão é legítima. Portugal será sempre mais que o seu território. Fomos, somos e seremos uma nação dispersa por todo o planeta. E é esta a vocação que devemos assumir no palco global.
Minhas Senhoras e meus Senhores,
Homenageamos, nesta ocasião, o espírito empreendedor dos Portugueses. E, muito em especial, de todos aqueles que encontraram nas suas sociedades de acolhimento um merecido sucesso, fruto de notáveis percursos profissionais e de cidadania.
O Prémio Empreendedorismo Inovador, que tem este ano a sua 6ª edição, nasceu de um apelo a uma nova perspetiva nacional sobre uma realidade pouco conhecida e pouco valorizada.
A iniciativa tem vindo sucessivamente a crescer e a exceder expectativas. Gerou uma comunidade própria, na qual se teceram laços de afinidades e interesses comuns e se encurtaram distâncias.
Na presente edição, vale a pena destacar a participação, pela primeira vez, de candidatos da Índia, Malásia, República Checa e Venezuela. Com um estatuto consagrado, este Prémio assumiu uma dinâmica claramente merecedora do nosso entusiasmo e de redobrado apoio.
Por sua vez, a iniciativa Ideias de Origem Portuguesa visa promover a colaboração entre quem está lá fora e quem quer realizar as suas ideias em Portugal. Ideias que correspondam a novas soluções, mais eficientes e engenhosas, de empreendedorismo e de intervenção social, e cuja concretização importa incentivar.
Minhas Senhoras e meus Senhores,
Portugal atravessa um período de grandes desafios. Uma experiência difícil que é também um percurso de aprendizagem, de adaptação a uma realidade com novas exigências.
Os Portugueses tiveram que procurar reservas de energia que julgavam inexistentes.
O contexto de vincada dureza obrigou a transformações significativas nas nossas vidas.
Perante o risco e a incerteza, temos de ser capazes de ousar ultrapassar as barreiras que nos limitam, de encontrar novas soluções, de explorar novos recursos.
A propensão para manter o estado das coisas, para evitar a todo o custo qualquer mudança e a reserva com que muitas vezes se encaram as novas ideias representam, elas próprias, o maior risco que corremos.
Existe um potencial nos Portugueses que está ainda intacto e que aguarda para ser utilizado em toda a sua plenitude.
O exemplo e o contributo dos Portugueses na Diáspora – o vosso exemplo e o vosso contributo – assumem um papel da maior importância enquanto referência mobilizadora e enquanto propulsor de energias.
Todos somos chamados a participar na aventura contemporânea de Portugal. A cada um cabe uma quota-parte do esforço coletivo que ao País se exige.
Todos somos necessários para recriar um ambiente de confiança e de vontade de vencer.
Todos, sem exceção, somos necessários para percorrer os caminhos que conduzam a um crescimento económico sustentável gerador de empregos e a um futuro de maior justiça e coesão.
Felicito Mapril Baptista, de França, e Teresa Lundahl, da Suécia, respetivamente, vencedor e menção honrosa do Prémio Empreendedorismo Inovador. Felicito a Orquestra XXI, equipa vencedora do Prémio Ideias de Origem Portuguesa, bem como todos os restantes distinguidos.
Agradeço, muito calorosamente, a vossa presença. Estou certo de que é um sinal do vosso empenho e da vossa confiança no futuro do nosso País. É neste espírito que a todos desejo os maiores sucessos, profissionais e pessoais.
Muito obrigado.