É com grande satisfação que – regressados de Cádis - acolhemos Vossa Excelência, Senhor Presidente, nesta visita a Portugal, como Chefe de Estado de um País amigo, a que nos ligam laços de profunda amizade, assentes numa convivência secular e numa afinidade de propósitos quanto ao futuro que queremos para o nosso relacionamento bilateral.
São muitos os sinais da presença portuguesa no Peru, como é o caso do Convento de São Francisco, na cidade de Cusco, fundado por um português, Frei Pedro de Portugal, ou da permanência, entre os habitantes da atual cidade de Amalia de Celendin, de apelidos de origem portuguesa – Pereira, Silva, Ribeiro ou Moreira –, evidenciando, ainda hoje, o papel que tiveram os portugueses na respetiva fundação.
Os nossos dois países celebraram, em 1853, em Washington, um Tratado de Comércio e Navegação, com o objetivo de "estender e consolidar as relações comerciais" entre o Peru e Portugal. O propósito deste Tratado mantém-se plenamente válido, havendo que reconhecer, porém, que estamos ainda muito longe do que podemos fazer juntos nos domínios económico e comercial.
A América Latina é, para nós, uma prioridade e o Peru é, sem dúvida, um parceiro incontornável de Portugal. Noto, com satisfação, o aumento, nos últimos anos, da presença empresarial portuguesa no Peru, em especial na área da construção civil e da indústria farmacêutica.
A visita de Vossa Excelência a Portugal é o sinal de uma firme vontade política de dar novo impulso às nossas relações bilaterais.
Congratulo-me com os acordos que esta tarde serão assinados, um sinal forte e concreto da nova dinâmica do nosso relacionamento.
Estou convicto de que o acordo bilateral para evitar a dupla tributação, que vai ser assinado esta tarde, virá a dar um novo impulso aos investimentos entre os dois lados do atlântico.
Existe, contudo, ainda um longo caminho por percorrer, um caminho cheio de potencialidades, que queremos aproveitar.
Permita que lhe deixe, Senhor Presidente, uma palavra de reconhecimento pelo empenho pessoal que Vossa Excelência colocou no processo de inclusão de Portugal na lista dos países de “alta vigilância” no fabrico de produtos farmacêuticos.
Apesar das dificuldades que presentemente atravessamos, no quadro de uma conjuntura económica e financeira globalmente frágil, são múltiplas as oportunidades que se oferecem ao reforço do relacionamento entre Portugal e o Peru. É nossa responsabilidade identificar e tirar partido dessas oportunidades. Creio, sinceramente, que temos razões para estar otimistas quanto ao futuro do nosso relacionamento.
E é nesse espírito que peço a todos que se juntem a mim num brinde à saúde do Presidente Ollanta Humala, à prosperidade do Povo amigo do Peru, e ao futuro das relações entre os nossos dois Países.
Muito obrigado.