Tenho acompanhado com muito apreço a actividade da Associação Empresários pela Inclusão Social, iniciativa lançada, em 2006, por um grupo de empresários, na sequência do meu discurso do 25 de Abril desse mesmo ano, apelando a “um compromisso cívico para a inclusão social”.
Esse apelo sublinhava a importância da educação no combate à exclusão social e desafiava a sociedade civil a que não se limitasse a deixar ao Estado a missão de enfrentar um problema que alcança, nos nossos dias, uma dimensão nacional.
Como Presidente da República, tenho-me empenhado em mobilizar a sociedade para que dê a devida importância ao papel decisivo da educação das crianças e jovens na construção do futuro que desejamos para Portugal.
Precisamos de reduzir de modo sensível e duradouro o atraso de qualificação dos nossos jovens, em comparação com a maioria dos países da União Europeia.
Temos de o fazer melhorando a qualidade de ensino e permitindo que os melhores desenvolvam ao máximo as suas capacidades. Mas sem deixar para trás os que, por muitos motivos, não conseguem acompanhar o ritmo de aprendizagem.
Temos, por isso, de dar a devida atenção à criação de igualdade de oportunidades. A excelência deve ser uma meta ao alcance de todos, não um privilégio de alguns.
O investimento em educação implica uma visão de longo prazo. Mas isso não nos dispensa de agir já e de agir com todos os meios ao nosso alcance para que não se desperdicem mais talentos, para que nenhuma criança ou jovem fique privado do seu desenvolvimento pessoal e académico por falta de oportunidades ou de apoios.
Como tenho sublinhado, a educação deve ser um desígnio nacional assumido por todos. É uma causa nobre e uma pedra fundamental do nosso desenvolvimento e da nossa afirmação no espaço europeu e global.
Sabemos que a qualificação dos portugueses é condição indispensável para um crescimento económico sustentável e para a construção de uma sociedade mais próspera e mais justa.
As políticas activas para valorizar a escola e estimular os jovens a prosseguir os seus estudos são a aposta mais duradoura que podemos lançar, a bem do nosso futuro colectivo.
Ouvimos aqui hoje a apresentação do Plano de Acção da EPIS para 2010-2012.
Devo realçar os resultados muito positivos que esta semente, em boa hora lançada, já produziu, modificando para melhor a vida de muitas crianças e as ambições de muitos pais em relação aos seus filhos, mostrando que é possível vencer obstáculos e superar dificuldades.
Quero felicitar os dez Municípios Parceiros da EPIS, que permitiram o alargamento da rede nacional de mediadores e o aprofundamento do excelente trabalho de proximidade.
Estou certo de que muitos mais municípios irão integrar a EPIS. Apelo aos Municípios para que o façam, para que aproveitem esta iniciativa e lhe dêem o fôlego que merece. Os autarcas têm que ser os aliados, inclusivamente no esforço que é preciso fazer para evitar que as crianças sejam duramente atingidas pela crise.
Quero também dar aqui o público testemunho do meu apreço e do meu estímulo aos empresários que se têm unido a esta missão, permitindo a sua sustentabilidade e o lançamento de projectos para o futuro.
Quer como associados, quer como parceiros de iniciativas concretas, como os empresários locais que hoje receberam o seu diploma de participação no projecto-piloto “Rede de mediadores para o sucesso escolar”, estes empresários são um exemplo da mais-valia que a intervenção cívica empenhada pode fazer pelo combate à exclusão e ao insucesso escolar.
A acção dos mediadores da EPIS levou já a que muitas famílias se modificassem e unissem para se adaptar ao trabalho e aos progressos escolares dos filhos, sendo que também nas escolas se criou um novo ambiente em relação aos problemas e esforços dos alunos e das famílias.
Apelo a que se persista no ambicioso e inovador projecto da Associação Empresários para a Inclusão Social, a que não faltem os associados, a que não hesitem os parceiros, a que não esmoreçam os apoios do Ministério da Educação e dos professores e escolas que têm sido determinantes para o seu êxito.
A vida de cada aluno que já mudou para melhor e a atitude de cada família que passou a valorizar o desempenho escolar dos seus filhos são a melhor retribuição deste esforço colectivo.
Quero agradecer a todos os empresários que, desde a primeira hora, se juntaram para concretizar este projecto e felicitar a equipa de técnicos que soube concretizar no terreno os planos de actividade e as estratégias de acção, mobilizando escolas, professores, alunos e famílias.
À Direcção da EPIS, recentemente empossada e presidida pelo Dr. António Pires de Lima, quero agradecer a disponibilidade, o exemplo cívico e o grande sentido de responsabilidade para dirigir e levar a bom porto esta obra.
Formulo votos para que o Plano de Acção hoje apresentado possa ser cumprido com pleno êxito, em benefício do País.
Muito obrigado a todos.