Gostaria de começar por agradecer, muito sensibilizado, a Vossa Excelência, Senhor Governador, a forma tão calorosa e amiga como eu próprio, minha mulher e a comitiva que nos acompanha temos sido recebidos nesta Visita à Província da Huíla. Uma Visita que me permite reavivar a memória da extraordinária beleza paisagística desta região, que me ficou de uma breve – demasiado breve – passagem por estas terras, algumas décadas atrás, quando era bem mais jovem do que hoje.
Agradeço, ainda, esta oportunidade de conhecer figuras representativas dos vários sectores da sociedade desta Província e de conviver com muitos dos meus compatriotas que aqui vivem e trabalham.
Vossa Excelência permitirá que aproveite esta ocasião para me dirigir a eles, muito em particular.
Daqui, do cimo do planalto da Huíla, de um dos pontos mais elevados deste país, podemos avistar Angola numa perspectiva diferente, mais ampla, adivinhando as enormes potencialidades que se estendem diante dos nossos olhos.
É diferente, de facto, a perspectiva e a visão dos portugueses que aqui se fixaram e que aqui procuram a prosperidade, num clima de paz e de harmonia. Há que saudar o espírito empreendedor e inovador daqueles que souberam criar laços de comunidade e, deste modo, lembrar as suas raízes, no interior deste território imenso.
Os primeiros contactos europeus com estas terras começaram no início do século XVII, em 1623, numa altura em que Portugal, recordemo-lo, não era um país independente. Nos dias de hoje, Angola e Portugal são países independentes e soberanos, que trabalham em conjunto, no quadro de uma cooperação frutuosa que tira partido dos laços de amizade fraterna que caracterizam as nossas relações.
Mas a cooperação faz-se no terreno, com as pessoas, com o seu saber e a sua vontade de vencer.
A Huíla, como todos sabem, constitui uma das regiões do interior de Angola onde a presença dos portugueses se faz sentir de forma mais intensa. A vossa presença nesta terra não é um mero acidente de ocasião. A comunidade portuguesa da Huíla não está aqui de passagem, na busca rápida de oportunidades efémeras. Pelo contrário: criou raízes, lançou sementes duradouras nesta terra fértil e promissora.
Angola e o Governo da Província da Huíla, em particular, sabem bem que, antes de muitos outros, incluindo nos tempos mais difíceis, sempre puderam contar com Portugal e com os portugueses.
Esta constatação é importante quando Angola aposta na diversificação da sua economia e no combate à desertificação do seu interior.
Os portugueses compreendem e acompanham esta visão de Angola para o seu futuro, como tive a oportunidade de referir ao Senhor Governador, no encontro que com ele mantive, e como ficou bem patente no Seminário empresarial que aqui decorre.
Os portugueses estão atentos às oportunidades em domínios com enorme potencial, mas estão bem cientes, também, do apoio que requer o sucesso desta aposta de Angola, designadamente em áreas como a qualificação de quadros, a educação, ou a saúde. O acordo assinado entre o Hospital do Lubango e os Hospitais de Coimbra traduz bem o que acabo de dizer.
Quero deixar às autoridades e ao povo da Huíla uma palavra de admiração pelo que souberam construir em apenas oito anos de paz, uma palavra de confiança no futuro e nas potencialidades desta belíssima região, e a certeza de que Portugal estará sempre ao lado de Angola, ao lado dos angolanos da Huíla, como sempre estamos com os amigos que nos são mais próximos.
Aos portugueses da Huíla quero dizer, em meu nome e em nome do nosso país, o orgulho que Portugal tem na vossa obra, na imagem que dais da nossa Pátria, através do vosso esforço, do vosso trabalho, da vossa ousadia, do vosso espírito empreendedor. E agradecer-vos, reconhecidamente, por isso.
Muito obrigado.