Senhor Embaixador,
Senhor Presidente da Casa de Portugal, Senhor Comendador Carlos Martins,
Senhor Conselheiro das Comunidades Portuguesas, Senhor Luis Panasco

Quero, antes de mais, saudar todos os que estão hoje aqui nesta recepção à Comunidade Portuguesa e luso-descendente e agradecer, muito sinceramente, a sua presença.

Agradeço, ainda, ao Senhor Embaixador de Portugal, ao Conselheiro para as Comunidades Portuguesas e ao Presidente da Casa de Portugal tudo o que fizeram para que me fosse possível, nesta minha estadia em Montevideu, partilhar alguns momentos com esta Comunidade que, bem longe de Portugal, procura manter vivo o espírito português.

Afirmei já, em diversas ocasiões, que, enquanto Presidente da República, tudo farei para promover e apoiar a aproximação entre Portugal e as suas Comunidades espalhadas pelos cinco Continentes.

Nesta minha deslocação ao Uruguai para participar na Cimeira Ibero-Americana, não podia deixar de estar junto de vós, reafirmando o carinho e o valor que Portugal confere aos seus emigrantes e luso-descendentes.

Apraz-me constatar a forma como esta comunidade se integrou na sociedade uruguaia, contribuindo com o seu esforço para o desenvolvimento deste país, amigo de Portugal. Uma comunidade sólida e respeitada, que muito honra as suas raízes lusitanas.

Tal como procuro na minha magistratura lembrar sempre a nossa diáspora, deixo-vos também um repto: não esqueçam Portugal, as vossas raízes, a grande família portuguesa. Portugal enfrenta desafios fundamentais para o seu futuro e precisa de todos vós.

Mas lembrar Portugal é também preservar e divulgar a cultura e a língua portuguesa. A vossa contribuição é inestimável neste esforço de projecção de Portugal no mundo. É fundamental que se promovam iniciativas e eventos que dêem a conhecer a nossa cultura, a nossa História, o nosso património popular. Esta Casa de Portugal tem - e estou certo de que continuará a ter - uma função única neste desafio que vos coloco. E porque eu próprio assumo este desafio, visitarei amanhã a Colónia do Sacramento, contribuindo para divulgar a histórica presença portuguesa no Uruguai, que data de 1680, valorizando o património que por cá deixámos e que é hoje Património da Humanidade.

O orgulho de ser português ou de descender de portugueses deve reflectir-se no interesse e na promoção da nossa língua. A nossa responsabilidade conjunta neste domínio é enorme. Estou certo de que a chegada próxima de uma leitora de português a Montevideu será por todos vós aproveitada para valorizar e divulgar a língua de Camões que, nos últimos séculos, soubemos levar a todos os cantos do mundo.

Mas só será possível projectar Portugal se soubermos adaptar-nos à passagem do tempo. É preciso que saibamos cativar as novas gerações, os luso-descendentes, para o que é português. Sem isso, arriscamo-nos a que se perca muito daquilo que souberam construir os que antes aqui chegaram.

Asseguro-vos que Portugal procurará sempre estar próximo de vós e de todos aqueles que, pelo mundo fora, nos representam e engrandecem.

A todos, muito obrigado.