Tenho o maior prazer em estar aqui hoje para entregar o Grande Prémio do Romance e da Novela a Francisco José Viegas, o mais jovem galardoado com este importante prémio literário.
A partir de hoje, Francisco José Viegas integra a fileira de autores de língua portuguesa tão notáveis como Agustina Bessa Luis, Vergílio Ferreira ou Lídia Jorge, entre outros, e essa é sem dúvida a felicitação mais expressiva que lhe pode ser dirigida.
Podemos dizer que Francisco José Viegas é um homem de cultura, reconhecido pelo público e pelos seus pares e que muito justamente mereceu o prémio que hoje lhe é entregue.
Mas eu gostaria de qualificar o premiado como um viajante das diferentes formas de expressão, um homem da comunicação, no sentido amplo que abarca as mais variadas formas de transmitir opiniões, sentimentos, experiências, o modo como vê ou recria o que suscita interesse e inspira.
Professor de linguística, jornalista, autor de programas na televisão, poeta, romancista, autor de peças de teatro e de livros de viagens, Francisco José Viegas vê consagrado, não só o seu talento para escrever e contar, mas também a generosidade e o brilho com que transmite o gosto pela vida e a avidez de ver mais, de saber mais e de transportar os outros nas suas formas de sentir.
Felicito o premiado pela sua obra literária, que divulga e dignifica a língua portuguesa, confiante de que lhe está reservado um futuro promissor onde encontrará novos e merecidos êxitos.
Felicito também a Associação Portuguesa de Escritores, na pessoa do seu Presidente, José Manuel Mendes, pelo trabalho assinalável que esta associação tem desenvolvido em prol da cultura portuguesa.
Por aqui passou a maioria das grandes figuras das letras portuguesas da segunda metade do século XX, mas também nomes importantes da história do civismo e da liberdade.
Na era da comunicação, em que a escrita se estiliza e compete com formas de transmitir imediatas e formatadas, em que a imagem ocupa um espaço dominador e atraente, os escritores são os mais qualificados depositários desse bem inestimável que é a língua de um povo.
São eles que a preservam, a afeiçoam e a adaptam às novas realidades. São eles que a renovam, em suma, criando a partir das raízes sólidas novos modos de exprimir e comunicar.
Não é demais sublinhar a importância estratégica da língua portuguesa no contexto internacional e o papel determinante que o profundo conhecimento da língua materna tem na educação dos jovens e na sua capacidade para aprender e se desenvolver em todas as áreas do saber.
Portugal orgulha-se de possuir um património literário que se enaltece e enriquece permanentemente, com obras notáveis que são traduzidas em múltiplas línguas.
É essa riqueza e essa cultura que aqui hoje se celebram também, numa homenagem que significa essa vontade de continuar a marcar com a nossa presença a modernidade da cultura europeia e mundial.
Renovo, pois, em nome dos portugueses, a justa homenagem aos escritores, à Associação e, em especial, a Francisco José Viegas, desejando-lhe a continuação dos maiores sucessos.