Senhor Presidente do Grupo Portucel,
Senhor Ministro da Economia e da Inovação,
Senhora Presidente da Câmara Municipal de Setúbal,
Minhas Senhoras e meus Senhores,
A fábrica do Grupo Portucel que acabamos de inaugurar impressiona pela grandeza do investimento em causa – cerca de 620 milhões de euros –, pela grandeza e sofisticação da máquina de produção de papel de escritório, pela tecnologia de ponta que é utilizada.
Mas, do ponto de vista do interesse nacional, não é esta grandeza que é verdadeiramente relevante.
Do ponto de vista do interesse de Portugal, o que é verdadeiramente importante é o contributo desta fábrica para o aumento da produtividade e da competitividade da economia portuguesa, no plano internacional.
Este é um factor decisivo para que o país ultrapasse as suas dificuldades e reencontre uma trajectória de crescimento económico sustentável.
Do ponto de vista do interesse nacional, o que é verdadeiramente importante é o contributo desta fábrica para a produção de bens transaccionáveis no mercado internacional. O seu contributo para o aumento da capacidade exportadora do nosso país.
É aí que está a chave da recuperação económica de Portugal. É aí que está a chave do desenvolvimento sustentável do nosso país e, consequentemente, uma economia capaz de gerar empregos duradouros, que remunere condignamente os nossos trabalhadores.
Mas, o que é, também, importante é a qualidade da produção que esta fábrica vai permitir. Produção com elevado conteúdo tecnológico, com a capacidade para aproveitar devidamente todos os factores de competitividade, com uma marca própria, a capacidade para satisfazer mercados muito exigentes.
É por isso que a esta fábrica está associado um valor acrescentado nacional de grande dimensão, em boa parte devido à aposta consistente do Grupo Portucel na inovação e na investigação.
Mas, também importante, é o contributo deste investimento que hoje inauguramos para o aproveitamento eficiente de uma das nossas vantagens competitivas – a floresta.
E fá-lo respeitando as regras ambientais.
Oxalá sejamos capazes de aproveitar, com a mesma eficiência, uma outra vantagem competitiva de que o nosso país dispõe, que é o mar. A nossa enorme zona económica exclusiva.
A floresta representa cerca de 40% da superfície de Portugal continental. E ser gerida de forma sustentável contribui de forma muito significativa para a criação de riqueza e para o desenvolvimento local.
E a eficiência que este investimento introduz reforça o valor económico e social da nossa floresta, permitindo remunerar melhor os proprietários florestais e induzir a criação de muitos empregos, para além daqueles que são criados directamente por esta fábrica que hoje inauguramos.
A Portucel é um exemplo entre muitas outras empresas portuguesas que desenvolvem um esforço para conquistar competitividade no mercado internacional, através de investimento reprodutivo, da inovação nos produtos e nos processos, da criatividade na modernização tecnológica.
São empresas que merecem uma atenção muito particular dos poderes públicos, em particular as pequenas e médias empresas inovadoras.
Desde há muito tempo que digo e escrevo que o desafio fundamental que Portugal enfrenta é o da competitividade das nossas empresas no plano global.
É aí que está a separação, que está a diferença entre a estagnação continuada da nossa economia e o seu crescimento sustentável.
Daí que não possamos deixar de atribuir prioridade àqueles investimentos que permitem aumentar a produção de bens transaccionáveis e que são competitivos no mercado internacional.
Na conjuntura actual, exemplos como este devem ser sublinhados, devem ser tornados visíveis, para nos ajudarem a encontrar um rumo de futuro que reforce a confiança na sociedade portuguesa e que traga aos Portugueses a certeza de que seremos capazes de vencer.
Esta fábrica é um bom exemplo. É um sinal de esperança. Está de parabéns a Soporcel. Estão de parabéns os seus accionistas, os seus gestores, os seus trabalhadores, todos aqueles que contribuíram para a construção desta fábrica.
O Grupo Portucel é obra de muitos. Mas na base do grupo está a visão estratégica, a capacidade empreendedora, a capacidade de inovação e de realização de um homem – Pedro Queiroz Pereira.
E penso que é de toda a justiça reconhecer publicamente o contributo que este homem tem dado para a criação de riqueza e de emprego no nosso país.
Foi por isso que decidi aproveitar esta ocasião para agraciar Pedro Queiroz Pereira com a Grã-Cruz da Ordem do Mérito Industrial, o que irei fazer com uma grande satisfação para mim próprio.