Senhor Ministro da Cultura,
Senhor Presidente da Sociedade Estoril-Sol,
Senhor Presidente da Câmara de Cascais,
Senhor Dr. Vasco Graça Moura,
Digno laureado,
Senhoras e Senhores,
Estamos aqui, hoje, para homenagear o vencedor do Prémio Fernando Namora, e para lhe entregar a merecida distinção que o júri lhe atribuiu por unanimidade.
É uma homenagem a que me associo com todo o prazer, tendo em conta não só o livro premiado, mas também a já longa carreira de sucesso de Mário Cláudio.
O interesse do público pela sua obra, assim como as traduções em diversas línguas, falam por si.
O número e a diversidade de prémios com que foi sendo galardoado não deixam dúvidas quanto à qualidade dos romances e dos outros livros que publicou, praticamente em todos os géneros literários.
Estamos perante um escritor consagrado, um escritor cujo trabalho e cuja criatividade têm créditos firmados a nível nacional e internacional.
Mas estamos também perante um escritor que associa, ao aspecto original das suas histórias, uma enorme atenção à nossa História comum, aos nossos antepassados, em especial aqueles que melhor exprimiram artisticamente o nosso modo de ser e sentir.
Tal como acontecera em obras anteriores, é também a uma dessas figuras maiores da nossa cultura – Camilo Castelo-Branco – que o livro agora premiado vai colher inspiração.
O passado e o presente ficaram, assim, associados em mais um romance, onde a literatura portuguesa demonstra toda a sua vitalidade, a sua capacidade de se renovar, através de sucessivas gerações.
Quero por isso dar os meus sinceros parabéns a Mário Cláudio, e desejar-lhe igual sucesso, ou ainda maior, para as obras que vai com certeza continuar a escrever.
Minhas Senhoras e meus Senhores,
Este prémio tem por patrono um outro grande escritor, o romancista Fernando Namora, que nos deixou fez agora 20 anos, e a quem eu gostaria também de prestar aqui a minha homenagem.
Autor de uma vasta obra de ficção, Namora soube traduzir com rara sensibilidade a sua experiência de médico e a vida das nossas aldeias e cidades, em meados do século passado.
Os seus contos e romances cativaram milhões de leitores.
Alguns foram adaptados ao cinema e à televisão, continuando a ter êxito junto do público.
Muitos foram traduzidos, um pouco por todo o mundo.
E o jornal The New York Times, em 31 de Janeiro de 1989, dia da sua morte, deu a notícia, dizendo que tinha morrido «um dos mais conhecidos escritores portugueses».
Não podemos votar ao esquecimento estas pessoas que, como Fernando Namora, souberam prestigiar o nosso País e enriquecer aquele que é porventura o lastro mais profundo da nossa identidade: a língua e a cultura portuguesas.
Ao reavivar a memória deste homem, atribuindo o seu nome a um prémio literário que distingue os nossos melhores escritores, o Casino Estoril está também de parabéns.
Parabéns pelo Prémio Fernando Namora.
Parabéns pela forma empenhada como tem sabido associar, à sua dimensão empresarial, uma dimensão de relevo no domínio da cultura.
Obrigado.