É com muita satisfação que me associo a esta cerimónia de entrega dos prémios que o PEN Clube Português decidiu atribuir aos melhores trabalhos literários publicados em 2007.
Quero, antes de mais, dirigir ao PEN Clube, na pessoa do seu actual presidente, o poeta Casimiro de Brito, uma saudação muito especial.
Em primeiro lugar, pela importância de que se reveste hoje em dia, em todos os domínios, o papel do associativismo e da livre iniciativa dos cidadãos, conforme eu próprio, enquanto Presidente da República, tenho feito questão de sublinhar repetidas vezes.
Em segundo lugar, pela forma persistente e continuada como o PEN Clube tem contribuído para a divulgação das nossas letras, tanto a nível nacional como internacional, e para o intercâmbio entre os escritores portugueses e os seus congéneres estrangeiros.
Talvez se tenha tornado já um lugar-comum, mas nem por isso é menos verdade afirmar que no mundo actual as línguas, as literaturas e os povos, tal como os indivíduos, não podem sobreviver isolados.
O património cultural da humanidade é hoje um espaço diversificado e aberto, onde cada cultura particular se enriquece, na exacta medida em que afirma e partilha com as outras a sua maneira específica de interpretar o mundo, a originalidade das suas obras artísticas e literárias.
É por isso que uma associação de escritores como o PEN Clube, que tem no seu código genético os valores essenciais do humanismo, em particular a defesa intransigente da liberdade de expressão e o estreitamento das relações entre todas as culturas, nos merece a maior consideração.
É por isso também que o trabalho da secção portuguesa do PEN tem sido tão relevante, reforçando a presença da nossa literatura nesse diálogo através do qual se procura promover a maior aproximação entre os povos.
Estou aqui a convite da Direcção do PEN, e vim associar-me a este acto de reconhecimento e de homenagem aos autores das obras que já foram mencionadas nesta sessão e apresentadas pelos representantes dos júris responsáveis pela atribuição dos prémios.
Estas obras representam uma demonstração concreta da vitalidade e do pulsar da nossa literatura, uma literatura cuja origem se perde nos alvores da nacionalidade e que continua hoje a produzir, em todos os géneros, trabalhos da maior qualidade e de projecção por vezes internacional.
Naturalmente, é aos premiados que cabem os louros, e é a eles que eu quero felicitar de modo caloroso.
Aos Professores Pina Martins e António Machado Pires, aos poetas Hélder Moura Pereira e Daniel Jonas, ao romancista Jaime Rocha, assim como aos estreantes Francisco Camacho e Maria Helena Santana, apresento os meus sinceros parabéns e desejo que o seu trabalho literário continue a alcançar no futuro o sucesso que tiveram estes seus livros publicados em 2007.
Minhas senhoras e meus senhores,
Todos sabemos que o trabalho dos escritores é, por definição, um trabalho genuinamente individual e subjectivo, onde a principal marca de qualidade é ser original e diferente.
No entanto, a literatura constitui também uma das expressões mais antigas da identidade colectiva de cada povo.
Portugal será sempre a pátria de Camões e de Fernando Pessoa. Não apenas porque eles nasceram aqui e são dos nossos, mas, sobretudo, porque souberam traduzir na língua que nós falamos aquilo que verdadeiramente somos e a principal das formas como somos universalmente conhecidos.
Quero, por isso, neste momento em que são entregues os prémios anualmente atribuídos pelo PEN, deixar aqui uma palavra de público reconhecimento aos escritores e à sua arte, que continua a ser motivo de satisfação para tantos leitores e de prestígio para o nosso País.
A todos eles, e a todos os presentes, desejo as Boas festas e um feliz 2009.