Senhor Presidente Ivan Gašparoviè, Excelência,
Senhores Ministros,
Senhor Secretário de Estado,
Senhores Embaixadores,
Senhores Presidentes da Câmara de Comércio e Indústria Eslovaca, da AIP e da AICEP,
Ilustres Convidados,
Gostaria de começar por dirigir um agradecimento muito particular ao Presidente Ivan Gašparoviè pela sua presença, que muito nos honra, neste Seminário Económico. Quero também felicitar a Câmara de Comércio e Indústria Eslovaca, associada à Associação Industrial Portuguesa e ao AICEP pela organização desta excelente iniciativa. Saúdo e agradeço, igualmente, a presença de todos os participantes.
Não tenciono esconder-vos que sinto pela Eslováquia uma forte admiração. Destacaria, em especial, dois motivos. A forma singularmente pacífica — aliás, de uma suavidade que tem sido comparada à do veludo —, como se processou o seu reencontro com os valores da liberdade e da democracia e a sua emergência, em 1993, como Estado soberano e independente. E a forma extraordinariamente rápida e determinada como o país se transformou e modernizou, possibilitando a sua adesão, em 2004, à União Europeia, cedo exibindo, de resto, um ritmo notável de expansão económica e taxas de crescimento invejáveis, até, a nível mundial.
Numa escassa década e meia de profundas reformas estruturais e de uma hábil condução das suas políticas macroeconómicas, a Eslováquia mostrou-se capaz de satisfazer os critérios de convergência para participar na área do Euro, o que fará já a partir do próximo ano.
Não deixa, porém, de ser um pouco surpreendente que o relacionamento económico e comercial entre dois Estados-membros tão bem integrados no mercado europeu como Portugal e a Eslováquia tenha permanecido até agora, pese embora alguns exemplos encorajadores, muito aquém do possível e desejável.
Julgo que existe, entre a Eslováquia e Portugal, um processo de descoberta mútua ainda por desenvolver e um vasto campo de complementaridades ainda por explorar. Haverá que mobilizar nesse sentido, de forma mais activa, e, porventura, mais articulada, as vontades dos agentes económicos, políticos e culturais. Mas importa, sobretudo, proporcionar as condições para que a comunicação se estabeleça, para que as oportunidades de cooperação bilateral sejam mais conhecidas e para que os negócios possam concretizar-se.
Entendo, por isso mesmo, ser de sublinhar a excelente oportunidade que este Seminário representa para o reforço das relações empresariais e para o reforço dos laços económicos entre os nossos dois países. Proporcionando, por um lado, um estreitamento dos contactos entre empresários e altos responsáveis portugueses e eslovacos. E contribuindo, além disso, para um melhor conhecimento do que se faz actualmente na Eslováquia e em Portugal, países muito próximos na sua condição de parceiros comunitários que comungam de idênticos problemas e expectativas, mas, também, economias em rápida mutação e países que, geograficamente, se inserem em faixas distintas do espaço europeu.
Portugal, que aderiu, em meados da década de 80, a uma Comunidade de 10 Estados-membros, e se tornou um dos países fundadores da área do euro, conhece bem os desafios da integração europeia. E todos temos consciência de que a crescente globalização a que temos assistido nas últimas décadas traz consigo desafios e oportunidades numa escala sem precedentes.
Para poder fazer face a esses desafios, Portugal tem vindo a experimentar, também ele, grandes mudanças e a realizar um conjunto significativo de reformas, tanto no domínio económico como em diversas outras áreas. Apesar de se ter defrontado com algumas dificuldades de ajustamento, a estrutura da economia portuguesa está a mudar rapidamente, o que é bem visível no actual perfil das exportações, que se afasta cada vez mais do padrão de especialização que durante muito tempo as caracterizava.
Tem vindo, de resto, a emergir, em áreas de forte conteúdo científico e tecnológico – biotecnologias, aplicações de software, tecnologias de informação, robótica e comunicação, energias renováveis. – toda uma nova geração de empresas e de empresários, muitos deles com vocação global.
Algumas dessas empresas integram a comitiva empresarial que me acompanha nesta minha primeira Visita de Estado à Eslováquia, e que é representativa, ao mais alto nível, dos sectores mais dinâmicos da economia portuguesa e de uma classe empresarial crescentemente orientada para a inovação e para a internacionalização.
Empresas com características de experiência internacional, de desempenho e de expertise que as colocam em boa posição para ir ao encontro de muitas das necessidades de cooperação e de investimento associadas à actual fase de desenvolvimento da economia eslovaca e à própria execução do seu programa de apoios comunitários, como creio ser o caso das infra-estruturas de transportes e comunicações, do equipamento habitacional, do sector energético, da indústria automóvel e das TIC.
São empresas que ilustram bem o Portugal do século XXI, um país moderno e acolhedor, herdeiro de um vasto património histórico e cultural, dotado de excelentes infra-estruturas e de um sistema financeiro altamente desenvolvido. Uma economia aberta e favorável ao investimento exterior e às novas tecnologias e que apresenta múltiplos centros de excelência tecnológica e científica e de criatividade empresarial.
Portugal e as empresas portuguesas têm, estou convencido, muito a oferecer à Eslováquia. E a Eslováquia tem, seguramente, muito a oferecer a Portugal.
Mais do que de boas intenções ou de bonitas palavras, o tempo é de acção. Podemos e devemos, em conjunto, fazer muito mais do que até agora. Podemos e devemos tirar pleno partido da nossa pertença comum a esse grande espaço de liberdade de circulação de bens, serviços, pessoas e capitais que é o mercado único europeu.
Tenho fundada expectativa de que os trabalhos deste Seminário, que agora se encerra, dêem um contributo determinante para que os empresários eslovacos e portugueses possam identificar e explorar, em concreto e em benefício mútuo, interesses e oportunidades.
Muito obrigado.
Dakujem.