Senhor Presidente da Direcção Central da Liga dos Combatentes,
Senhor Secretário de Estado da Defesa Nacional,
Senhor Chanceler das Antigas Ordens Militares,
Exmas. Autoridades Civis e Militares,
Exmos. Condecorados com a Ordem da Torre e Espada,
Minhas Senhoras e meus Senhores,
Criada no século XV por D. Afonso V, como Ordem da Espada, e restabelecida, faz hoje precisamente 200 anos, pelo Príncipe Regente D. João, futuro Rei D. João VI, a actual Ordem Militar da Torre e Espada é a mais importante das Ordens Honoríficas Portuguesas e aquela em cujo nome figura a própria divisa «do Valor, Lealdade e Mérito».
A sua atribuição, que visa distinguir méritos excepcionalmente relevantes demonstrados no exercício de funções ou de cargos associados à actividade dos órgãos de soberania ou ao comando de tropas em campanha, estende-se, também, a feitos de heroísmo militar e cívico e a actos excepcionais de abnegação e sacrifício pela Pátria e pela Humanidade.
No decurso do seu já longo período de existência, a Ordem da Torre e Espada serviu para homenagear os méritos dos Portugueses, dos nossos melhores, daqueles que de forma decisiva contribuíram para a nossa afirmação como País livre, soberano e independente. E é possível identificar como linha caracterizadora da obra, dos feitos e da conduta daqueles que a receberam nestes duzentos anos, o fio condutor expresso nas três palavras da sua divisa: o Valor, a Lealdade e o Mérito.
Desde que iniciei funções como Presidente da República, nas iniciativas que tenho lançado, em especial nos diversos «Roteiros» que me têm levado a percorrer o País, é também este tipo de qualidades – o Valor, a Lealdade e o Mérito – que procuro, de algum modo, salientar quando apelo à ambição dos Portugueses e ao seu trabalho em comum com vista a alcançarmos um melhor futuro para um País que é de todos, um País que é também das gerações que nos precederam e das gerações que nos vão suceder.
A Ordem Militar da Torre e Espada é, verdadeiramente, a mais excepcional expressão de reconhecimento que Portugal tem dado àqueles que, pelo seu esforço e pelo seu sacrifício, enriqueceram de forma notável a sua Pátria e a Humanidade.
Hoje, encontramos aqui, na Liga dos Combatentes, ostentando as insígnias que os identificam como cidadãos merecedores de tão notável homenagem, alguns dos Portugueses de que tenho vindo a falar. São dignos descendentes daqueles que, há muitos séculos atrás, protagonizaram o começo da aventura que lançou os alicerces de um mundo novo.
É este mundo globalizado, interdependente e competitivo dos nossos dias que coloca, de novo, exigentes desafios aos Portugueses.
Talvez mais do que nunca, a capacidade de realização dos Portugueses será posta à prova em múltiplas áreas. Na ciência, na inovação, na competitividade, na inclusão social, na defesa do património, somos chamados a continuar a História de Portugal, rica em exemplos de querer e de ambição. Uma História feita de trabalho, de sacrifícios, de determinação e coragem. Uma História enobrecida por grandes e pequenos gestos de Valor, Lealdade e Mérito.
Minhas Senhoras e meus Senhores,
Ao longo dos tempos, as Ordens Honoríficas têm servido, essencialmente, para traduzir o reconhecimento da Nação e do Estado para com os cidadãos que se distinguem pela sua acção em prol da Pátria e em benefício da comunidade.
Mas as Ordens Honoríficas Nacionais deverão também constituir um referencial simbólico de primeira linha para estimular o aperfeiçoamento do mérito e as virtudes que visam distinguir.
No dia de hoje, em que me associo à homenagem aos condecorados com a Ordem da Torre e Espada, faz todo o sentido chamar a atenção para as insígnias que aqueles orgulhosamente ostentam, pois elas são testemunho de altas virtudes, exemplo de trabalho e modelo de vida para os outros cidadãos.
Ao conferir prestígio e dignidade às nossas condecorações, não só se mantêm vivas as grandes tradições nacionais, como se contribui para estimular a vontade de fazer mais e melhor em prol da sociedade.
Quero, assim, saudar muito calorosamente a Liga dos Combatentes pela feliz iniciativa de comemorar os duzentos anos da Ordem da Torre e Espada e, muito em especial, quero saudar todos os condecorados com esta Ordem aqui presentes, homenageando-os pelos feitos excepcionais que os distinguiram e, também, pelo exemplo que constituem. Faço votos de que todos os Portugueses saibam estar à altura dos exemplos de cidadania que se encontram nesta sala, exemplos de Valor, de Lealdade e de Mérito.
Muito obrigado.