Foi com profundo pesar que tomei conhecimento da morte de Manoel de Oliveira, símbolo maior do cinema português no mundo e um dos nomes mais significativos na história da 7ª Arte.
Portugal perdeu um dos maiores vultos da sua cultura contemporânea que muito contribuiu para a projeção internacional do País.
Para além da sua qualidade artística, internacionalmente reconhecida e premiada com os mais importantes galardões, a obra de Manoel de Oliveira ficará para sempre como um testemunho inconfundível da cultura portuguesa, que ele soube interpretar como ninguém, tanto na sua dimensão popular, como na sua dimensão erudita.
Tive o privilégio de acompanhar o trajeto de Manoel de Oliveira ao longo da sua vida tão plena de sucessos que marcaram várias gerações de Portugueses.
Em 2009, na visita que fiz à Alemanha, tive ocasião de confirmar, numa exposição em Berlim sobre a sua obra cinematográfica, o prestígio do seu nome para lá das fronteiras do nosso País.
No ano anterior, aqui no Palácio de Belém, celebrámos o seu centenário num jantar em que estiveram presentes os seus familiares e os seus atores preferidos.
Manoel de Oliveira é um exemplo para as novas gerações. Até ao fim da vida, teve projetos de futuro e foi sempre capaz de ultrapassar as dificuldades.
A sua obra atraiu muitos nomes da 7ª Arte de várias nacionalidades, que o consideravam um cineasta maior e com quem estavam sempre disponíveis para trabalhar.
Neste momento de luto para a nossa cultura, em nome dos Portugueses e em meu próprio nome, apresento as mais sinceras condolências à Família de Manoel de Oliveira.