É com muito gosto que visito hoje a cidade de Estremoz, baluarte de defesa do país ao longo dos séculos, “notável vila” onde não se fez apenas guerra, mas onde também se garantiu paz.
Comecei a minha visita, precisamente, no Convento de São Francisco, casa do Regimento de Cavalaria nº 3 – os Dragões de Olivença –, a mais antiga unidade do Exército Português.
Quis, desse modo, manifestar o reconhecimento do Comandante Supremo das Forças Armadas e da Pátria a esta unidade, que esteve sempre na linha da frente na defesa do nosso país.
Deste regimento partiram militares em momentos decisivos da nossa História. Desde a Guerra Peninsular, à Grande Guerra e à Guerra do Ultramar, e também no dia 25 de abril de 1974, com uma coluna que foi essencial ao sucesso da revolução que nos devolveu a liberdade.
A instituição militar, tantas vezes alvo de crítica injusta e precipitada, tem estado, está e estará sempre pronta a defender a soberania nacional e a representar as cores nacionais quando os compromissos internacionais o requeiram.
O Regimento de Cavalaria n.º 3 identifica-se de forma muito especial com Estremoz e tive oportunidade de verificar hoje como, para além de cumprir a sua missão militar, se torna útil à comunidade.
Felicito-o, Senhor Presidente da Câmara, pelo seu empenho no aprofundamento da relação entre a Cidade e o Regimento.
Minhas Senhoras e meus Senhores,
Estive há pouco na belíssima Adega do jovem Tiago Cabaço, empreendedor cuja visão e criatividade associa, de forma notável, a inovação, o design e o marketing à criação e promoção dos seus vinhos.
Estamos perante um representante de uma nova geração de produtores alentejanos, que tem sabido proporcionar novas experiências e criar novos sabores, que, em poucos anos, já foi premiado em diversas ocasiões.
Tiago Cabaço, em particular, sabe fazer uma coisa essencial: promover o seu produto. Na verdade, é necessário que o produto tenha a maior qualidade. Mas não basta: num mercado fortemente concorrencial, é indispensável que o vinho seja muito bem promovido.
Os principais produtores estão hoje bem cientes de que o vinho é uma componente de um negócio que dá emprego a cada vez mais portugueses e que se revela um poderoso fator de desenvolvimento.
O enoturismo é hoje uma realidade em crescimento e as grandes adegas atraem cada vez mais pessoas com propostas que incluem visitas, passeios, provas de vinhos e de gastronomia local, além de outras atividades.
E as autarquias locais sabem que a sua colaboração ajuda a transformar o que era uma atividade tradicional num polo de desenvolvimento local que não pode ser descurado nem deixado em segundo plano.
Felicito Tiago Cabaço pela sua iniciativa, pela sua visão e pelos méritos que já demonstrou, fazendo votos para que outros sigam o seu exemplo, não apenas na área do vinho mas também noutras áreas de negócio, aproveitando da melhor forma os fundos comunitários que, neste novo quadro plurianual, estão vocacionados para o apoio às empresas e para a criação de emprego.
Senhor Presidente da Câmara Municipal,
O convite que me endereçou para visitar Estremoz mencionava este Palácio dos Marqueses da Praia e Monforte.
Felicito-o pela feliz recuperação deste Património da Cidade, devolvido à população como espaço cultural, e faço votos para que possa ser novamente um espaço privilegiado de reunião dos estremocences.
Defender Estremoz é também defender os valores mais característicos do nosso País. Diria, por isso, que além do mármore que tão importante valia económica representa para o concelho e para a região, também os Bonecos de Estremoz devem ser salvaguardados e potenciados como símbolo da Cidade.
Tive oportunidade de contactar com artesãos e de ver as diferentes fases de elaboração dos Bonecos de Estremoz, legado dos nossos antepassados que é marca desta terra.
Recordo que, no início do século passado, os Bonecos estiveram quase a perder-se para sempre. É uma responsabilidade de todos os estremocenses tudo fazer para que não se volte a correr o risco de perder esta tradição e para que os Bonecos possam perdurar como singular expressão artística e simbólica.
O barro informe, retirado do chão, modelado pela mão de homens e mulheres talentosos, é transformado em qualquer coisa de útil ou de belo.
No final desta minha visita ao concelho de Estremoz, levo bem nítida a convicção de que as tradições valiosas devem ser preservadas, mas também de que depende de nós a capacidade para melhorar, para inovar, para criar e para ultrapassar as dificuldades.
Muito obrigado.