É com imensa satisfação que me associo à inauguração do Museu Diocesano de Santarém.
Agradeço ao Senhor Bispo D. Manuel Pelino o convite que me dirigiu para estar hoje nesta belíssima e também renovada Igreja Catedral e assinalar este importante momento para a Diocese, para a Cidade de Santarém e para o nosso País.
Este é o momento culminante de um amplo projeto de recuperação desta Catedral e de um vastíssimo património de pintura, escultura e ourivesaria, pertencentes não apenas a esta Sé, nem sequer apenas a esta cidade.
Tratou-se de um grande e louvável esforço que mobilizou todas as paróquias da Diocese de Santarém.
Felicito por isso o Senhor Bispo de Santarém pela decisão que tomou ao avançar para esta empreitada ambiciosa mas absolutamente necessária para a preservação do riquíssimo património que nos deixaram as gerações que nos precederam.
É uma decisão que mostra coragem, visão e espírito empreendedor e que contribui para o enriquecimento cultural da cidade de Santarém.
Um dos aspetos mais importantes do projeto que hoje se inaugura, foi justamente a vontade e a capacidade demonstradas de salvar obras de arte de incalculável valor e de as devolver à população nesta nova casa.
A este trabalho de inventariação e de conservação do património junta-se a concentração dos arquivos paroquiais, com um inestimável valor para o estudo da História das gentes da diocese escalabitana.
Felicito também o Senhor Presidente da Câmara Municipal de Santarém pelo impulso decisivo do Município para a construção deste equipamento, que é também o primeiro museu da cidade, ao proporcionar o enquadramento indispensável ao cofinanciamento comunitário do projeto.
Esta obra enquadra-se num vasto e notável esforço de recuperação e restauro dos principais monumentos desta capital do Gótico. Este objetivo, que o Município abraçou, convoca aliás todos os habitantes da cidade, em nome da dinamização do centro histórico e do desenvolvimento local e regional.
Minhas Senhoras e meus Senhores,
Este é o primeiro projeto concluído no âmbito da iniciativa Rota das Catedrais. Trata-se de uma colaboração entre o Governo da República e a Conferência Episcopal Portuguesa, tendo em vista promover intervenções de recuperação e conservação dos valores patrimoniais de profundo significado histórico e cultural que as catedrais guardam dentro de si.
Portugal pode e deve orgulhar-se do notável legado patrimonial e cultural que recebeu da sua História de quase nove séculos.
As catedrais de Portugal são maravilhas do génio arquitetónico e testemunhos de confiança do homem no divino. Pontos de encontro seculares, centros de irradiação espiritual, nelas se manifesta de modo privilegiado o nexo íntimo que existe entre a devoção e a arte.
Tesouros vivos dedicados ao culto divino, são um sinal do progresso cultural e artístico do homem ao longo dos séculos que temos o dever de preservar.
A sua recuperação e conservação, assim como a sua integração num projeto estruturado de promoção cultural e turística do nosso país, são passos muito positivos que saúdo e pelos quais felicito a Secretaria de Estado da Cultura e a Conferência Episcopal.
É importante que este desafio seja assumido por todas as Dioceses do país e que Portugal consiga aproveitar esta Rota das Catedrais como um ativo estratégico para o desenvolvimento local e regional, associando-a a uma programação cultural e a uma divulgação da identidade das gentes que ergueram esses templos.
Senhor Bispo de Santarém,
Minhas Senhoras e meus Senhores,
Termino com uma felicitação muito sincera e especial pelo dia de hoje e pela forma como a Diocese assinala esta ocasião.
A encomenda de uma peça musical – a Cantata Mundi – para assinalar esta inauguração mostra-nos de uma forma eficaz que, mais do que celebrar o passado, estamos hoje a promover aquilo que de melhor se faz em Portugal.
A produção cultural está viva. A arte continua a acontecer. E, mais do que o momento efémero desta cerimónia, na memória do dia de hoje deve ficar o nosso orgulho na mestria, no talento e na arte dos Portugueses.
Muito obrigado.