Roteiros do Futuro
A Presidência da República decidiu assinalar o 40º Aniversário do 25 de abril de 1974 com a realização de uma Conferência Internacional que terá como tema as Rotas de Abril, centrada sobre o Espírito da Democracia, a Cultura de Compromisso e os Desafios do Desenvolvimento.
Trata-se da terceira Conferência Internacional que se realizará no âmbito dos ROTEIROS DO FUTURO, iniciativa que pretende desenvolver uma reflexão em torno dos grandes desafios que se colocam à sociedade portuguesa. A primeira dessas conferências foi dedicada ao debate em torno dos cenários de desenvolvimento demográfico, particularmente à problemática da fecundidade e do crescimento populacional. A segunda centrou-se sobre o posicionamento estratégico de Portugal na balança da Europa e do Mundo, identificando tendências históricas e as oportunidades de inserção na economia e nos grandes eixos de desenvolvimento global.
No ano de 2014, a Presidência da República pretende celebrar Abril no seu 40º Aniversário, convidando os Portugueses a refletirem sobre os novos caminhos que se pretendem trilhar, de forma a concretizar o espírito que presidiu à instauração da democracia em Portugal.
O modelo de conferência manterá o recurso ao confronto de perspetivas de quem, do exterior, observa Portugal e de quem, no país, tem desenvolvido pensamento inovador e prospetivo sobre os problemas da sociedade portuguesa. Assim, em cada painel contaremos com um convidado estrangeiro e um convidado português, que abordarão os três eixos temáticos, aqui identificados pelas Rotas de Abril: democracia, compromisso e desenvolvimento.
No eixo da democracia pretende-se identificar o “espírito” dos ideais fundadores do regime democrático, expresso na construção de uma cidadania em que novas dimensões merecerão especial destaque: em primeiro lugar, a dimensão europeia, que nos coloca o desafio de pensarmos os Portugueses como cidadãos europeus; em segundo lugar, a dimensão ambiental, pilar fundamental de uma consciência e responsabilidade cívicas em torno da ideia de sustentabilidade; por último, as mudanças que conduzam ao reforço da cultura cívica, condição indispensável à qualidade da democracia.
O segundo eixo centrar-se-á na cultura de compromisso como base indispensável ao desenvolvimento do regime, à governabilidade e ao aumento da confiança cívica, quer entre os agentes políticos e as instituições, quer na representação que os cidadãos fazem desses agentes e instituições. Há uma clara diferença entre consenso e compromisso: aquele resulta da convergência de conceções sobre as soluções a adotar e as matrizes culturais que orientam a ação política; por seu turno, a cultura de compromisso torna-se possível e desejável quando os agentes políticos valorizam o diálogo e a concertação de posições que se identifiquem com o interesse nacional, sem abdicarem da diversidade dos princípios e convicções que orientam a sua ação.
Por último, o terceiro eixo de reflexão é dedicado ao desenvolvimento de Portugal, com particular atenção aos desafios colocados pela emergência de uma sociedade do conhecimento, nomeadamente: o impacto do valor do conhecimento sobre as estruturas produtivas e a competitividade das empresas portuguesas no mercado global; os perfis de formação das novas gerações suscetíveis de as capacitarem para enfrentar esses desafios; as matrizes de especialização possíveis que potenciem a inovação e a competitividade da economia portuguesa.
05.12.2013