Viveiros de Aves do Palácio de Belém

Viveiros de Aves do Palácio de Belém

Viveiros do Palácio de Belém sujeitos a obras de reabilitação

Os Viveiros de Aves do Palácio de Belém, datados do séc. XVII e que evidenciavam adiantada degradação, estão a ser sujeitos a profundas obras de reabilitação, que evitarão a sua ruína e possibilitarão o pleno usufruto da área.

Articulando um “teatro” de três edifícios que formam um “palco”, os Viveiros apresentam nos vértices de cada edificação fontes com estatuária, implantada em nichos decorativos, com destaque para a figura de Hércules matando a Hidra, instalada na cascata do corpo central. No interior das arcadas voltadas para o “palco” encontram-se bebedouros para as diversas aves coleccionadas pela rainha D. Maria I.

O conjunto apresentava um mau estado de conservação geral. As coberturas degradadas, com múltiplos pontos de infiltração, evidenciavam dois pontos de colapso iminente, onde as águas pluviais eram já responsáveis pela deterioração da integridade das alvenarias, dos rebocos interiores e destacamento dos azulejos dos lambrins. Muitas carpintarias estavam já irrecuperáveis, deixando o interior vulnerável à intempérie. Alguma estatuária estava caída ou em queda iminente, sendo a crosta negra e a colonização biológica uma patologia disseminada pela generalidade das cantarias.

Desenvolvido pelo arquitecto Pedro Vaz, do quadro da Secretaria-Geral da Presidência da República, o projecto de restauro conta com especialidades elaboradas por técnicos do Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico (IGESPAR) e prevê recuperar e adaptar os edifícios ao pleno usufruto de toda a área, considerando a consolidação das coberturas, recuperação dos espaços interiores degradados, restauro de cantarias e reabilitação de carpintarias.

Está projectada uma redefinição do sistema hidráulico, com bebedouros, carrancas e cascata a funcionar em circuito fechado e prevista a implantação de painéis solares fotovoltaicos para produção de energia eléctrica suficiente para alimentar bombas de recirculação de água, de modo a garantir um sistema totalmente autónomo, sem consumo de água nem electricidade.

A empreitada foi objecto de concurso público, tendo sido adjudicada pelo valor de 902 260 € (IVA incluído), participados em 40% pelo Instituto de Turismo de Portugal, I.P.

Esta obra de reabilitação dos Viveiros – a primeira intervenção de fundo feita durante a República – conta com o acompanhamento técnico da Secretaria-Geral da Presidência e a fiscalização do IGESPAR, estando a sua conclusão prevista para Setembro de 2009.
 

03.07.2008