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Associativismo e inovação socialO facto do Senhor Presidente da República inaugurar o Roteiro para a Juventude, aceitando o convite da Federação Académica do Porto para conhecer os projectos de âmbito social desenvolvidos pela FAP e Associações de Estudantes sua federadas, representa não só uma enorme honra, como corresponde a um reconhecimento profundamente prestigiante do trabalho desenvolvido pelo associativismo estudantil no Porto.
Contudo, esta iniciativa que dedica particular atenção à Juventude, inédita no elencar de prioridades do Chefe de Estado, procura conhecer o empenho dos jovens, de muitos jovens que diariamente trabalham, dando sem esperar receber, e representa tão-somente o olhar cuidado face a uma realidade há muito existente, na qual nos, dirigentes associativos, acreditamos.
O debate que agora se inicia, corresponde ao desafio que a Presidência da República amavelmente nos lançou, de durante o próximo mês discutirmos o associativismo estudantil, desde a sua essência, à sua evolução, as mutações que sofre, a prestativa de evolução, os êxitos e as frustrações, formalizando todo um debate que se faz em surdina, entre nós, muitas vez em tom de lamento ou de partilha de sentimentos, mas sem a dignidade que o assunto merece.
Devo por tudo isto (antes de mais) agradecer a todos os que neste debate participarão, o facto de terem aceite este convite por forma a partilhar perspectivas, sentimentos, experiencias, procurando apontar caminhos e garantir que o espírito associativo estudantil, de causas nobres e de trabalho voluntário continuará como o conhecemos.
O título que classifica este debate designa-se de “Associativismo e inovação social”.
Acredito ser esta uma das expressões que melhor caracteriza o trabalho realizado pelas associações de estudantes.
Neste sentido gostaria de iniciar este debate elegendo desde já três tópicos que me parecem merecedores de reflexão sobre a matéria em questão:
1 - O papel social das associações de estudantes e a sua importância na sociedade e no desenvolvimento de competências.
2- Diferentes formas de estimular a participação dos jovens no associativismo.
3- A condição do dirigente associativo – novas formas de olhar para o estatuto de dirigente estudantil.
É meu objectivo estimular a discussão, considerando o conflito geracional com os desafios que se apresentam aos estudantes com a implementação do Processo de Bolonha e o novo paradigma de ensino-aprendizagem que este preconiza.
Aproveito ainda para lançar, desde já, algumas questões para as quais convido todos a responder:
Estará o dirigente associativo estudantil, na condição conforme o conhecemos, ameaçado no seu conceito tradicional? A instituição de uma alteração ao estatuto de dirigente associativo estudantil deveria ser adaptado à nova realidade trazida pelo processo de Bolonha.
Como pode o movimento associativo estudantil ser cada vez mais estimulante e sedutor, cativando cada vez mais jovens para participar e se envolverem por causas nobres e de representação estudantil?
Qual o verdadeiro motivo para a ausência de manifestação pública de massas dos estudantes? Uma demissão das causas de outros tempos, ausência de motivos para manifestações de estudantes ou a adopção de novas estratégias intervenção política?
Existem ameaças de carácter politico, económico, e do ponto de vista dos princípios ao papel que as associações de estudantes actualmente desempenham ou tal questão não passa de um mito infundado?
Está então lançado o debate que se espera participado, produtivo e dinâmico, correspondendo as grandes conclusões encontradas a um depoimento escrito a entregar a Sua Exa. o Senhor Presidente da República!
A todos os participantes, uma vez mais, muito obrigado por aceitarem o presente desafio. A todos os que acompanharão o debate, espero que este esteja à altura das vossas expectativas.
Saudações Académicas,
O Moderador,
Ivo Costa Santos
Presidente da Federação Académica do Porto03OUT200809:00
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