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Associativismo e Inovação Social

último post: 18:02 29OUT2008
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Cláudia Melo
Desafios e Contributos do Associativismo Estudantil
Pararmos para reflectir sobre temas tão próximos de nós como o Associativismo ou o Empreendedorismo é algo que fazemos vezes de menos. As reflexões, pessoais e colectivas, sobre o nosso papel na sociedade deveriam ser mais frequentes. Desde já louvo esta iniciativa que considero de grande mérito.

Reporto-me nesta mensagem à realidade que melhor conheço, a do associativismo estudantil protagonizado por estudantes de Medicina.

Julgo que a ideia do estudante de Medicina como alguém que dedica a sua vida apenas ao estudo tende a ser cada vez mais, e bem, abandonada. Verdade é que as nossas escolhas são as mais diversas. Há quem dedique a totalidade do seu tempo ao estudo (são poucos). Há quem faça teatro. Outros optam por praticar desporto universitário, federado ou amador. Há quem dedique grande parte do seu tempo livre ao associativismo. Outros há, que fazem um pouco de tudo. A questão não passa, na minha perspectiva, por encontrarmos quem faz a melhor opção. Desde que sejamos bons, o melhor que pudermos, no que fizermos todas as opções são válidas. A questão passa antes por darmos algo de nós aos outros, das formas mais variadas, em prole dos valores ou ideias em que acreditamos. Não me pareceria válido se nos alheássemos das pessoas e dos problemas e não déssemos, de alguma forma, o nosso contributo ao mundo.

Os que optam por dedicar o tempo livre de estudo, à prática associativa estudantil, não são diferentes dos outros. A nossa vida pessoal não ocupa um lugar cimeiro nas nossas preocupações mas está lá. Umas vezes melhor, outras pior. Mas então, se há algo que distingue o associativismo de outra ocupação extra-curricular, o que é?

No associativismo estudantil, de uma forma voluntária, damos diariamente um pouco de nós aos nossos colegas, aos nossos professores, aos que nos rodeiam.

Transformamos ideias em planos de acção, estratégias. Elaboramos orçamentos, angariamos fundos. Tornamos projectos realidade. Prestamos contas e apresentamos resultados.

Actuamos nas nossas associações, nas instituições de ensino, nas instituições que intervém na nossa formação, na sociedade.

Nas nossas associações - Estudamos os problemas que afectam os estudantes e intervimos nos problemas com soluções. Promovemos e organizamos actividades formativas, desportivas, culturais, ou sociais que preenchem os tempos livres dos nossos colegas e que intervém na formação de todos, enquanto pessoas. Facultamos aos nossos colegas oportunidades de formação pessoal, profissional e intercultural através da organização de programas de intercâmbios, estágios profissionais em férias ou campanhas de sensibilização e promoção da saúde.

Nas nossas Instituições de Ensino - O papel das Associações e Núcleos de estudantes de Medicina nas Escolas Médicas é, cada vez mais, inquestionável. O contributo na adequação a Bolonha, nas reformas curriculares, em inquéritos pedagógico, a colaboração na organização de actividades conjuntas entre Escola e Estudantes e a promoção de actividades ao nível social e cultural, são alguns dos muitos exemplos que podemos referir. Contribuímos para promover a melhoria das condições da nossa formação clínica, teórica e prática, como garantia da futura qualidade assistencial.

Na política educativa - Preparamos-nos convenientemente para desenvolvemos discussões informadas em matérias de política educativa. Colocamos-nos assim numa posição respeitada para defendermos os interesses dos nossos estudantes. Colaboramos nos processos de decisão de forma construtiva, pelo que entendemos que as nossas posições devem ser tomadas em linha de conta nos processos de decisão. Mantemos uma atitude critica, informada e participativa no que respeita à nossa formação. Velamos pelo cumprimento da legislação vigente, algumas vezes esquecida pelos órgãos decisores, e tentamos promover a adequação desta às necessidades dos estudantes

Na sociedade - As Associações e Núcleos de Estudantes constituem um espaço reconhecido de afirmação da sociedade civil e de desenvolvimento da cidadania democrática. O desenvolvimento do espírito democrático e do sentido de responsabilidade social são dois dos maiores tributos do associativismo estudantil.

A voz das nossas Associações e Núcleos, activa e crítica, mas sempre responsável e consciente, tem se feito ouvir de norte a sul, nas escolas médicas portuguesas.

Longe vai o tempo em que “mudança” era sinónimo de desconfiança. Sabemos que vivemos uma época de profundas mudanças e desafios e não nos demitimos do nosso direito e dever de intervenção e crítica. Procuramos ao invés assumir um papel definidor em muitas destas mudanças e de uma forma activa e não reactiva, procuramos influenciar os processos de decisão, a bem do interesse dos estudantes que é necessariamente o interesse da sociedade.

É pela importância destas e de outras questões que em sete sítios diferentes do país, todos os dias, estudantes de medicina trabalham, na sua Faculdade, no seu meio local ou no seu hospital, com diferentes motivações sociais, pedagógicas e cientificas, desenvolvendo-se como pessoas e como dirigentes associativos, e construindo as Associações e Núcleos de estudantes de Medicina e a sua Associação Nacional, a ANEM.

Voltando à reflexão inicial, na minha perspectiva um dirigente associativo é e faz tudo isto. É ser jovem, estudar, preocuparmos-nos com o que se passa à nossa volta, querer fazer algo para melhorar e, no fundo, estar confiante e expectante, que em conjunto podemos ser importantes motores para a melhoria.
23OUT2008
00:14
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