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Acredito numa evolução favorável do empreendedorismo em Portugal por uma série de razões: a sociedade portuguesa está mais aberta à cultura de risco, muito por força do protagonismo que os media dão actualmente aos empreendedores; a classe política (nacional e europeia) rendeu-se às virtudes do empreendedorismo, enquanto via para a criação de riqueza e postos de trabalho; as universidades estão mais sensíveis à necessidade da educação para o empreendedorismo e às vantagens da conversão do conhecimento em inovação empresarial; e os empreendedores beneficiam hoje de um maior reconhecimento social, o que motiva as novas gerações a aventurarem-se na criação de negócios.
Perspectivo, por isso, a expansão em Portugal do empreendedorismo qualificado, o qual faz do conhecimento a sua principal variável de negócio. Neste contexto, é de esperar um crescimento das actividades de inovação, uma aposta maior em produtos/serviços de alto conteúdo tecnológico, a valorização do capital humano e um investimento maior nos factores distintivos (marca, logótipos, design…).
Neste contexto, as áreas mais atractivas para a criação de negócios são as Ciências da Vida, o Ambiente, as Tecnologias de Informação e Comunicação, a Saúde e Assistência Social, as Indústrias Criativas, a Estética e Bem-estar e o Turismo. A atractividade destas áreas, no seu conjunto, prende-se com factores civilizacionais (envelhecimento populacional, maiores preocupações com a saúde e bem-estar, culto do corpo, hedonismo, necessidades comunicativas, preocupações ambientais, maior predisposição para as novas tecnologias, valorização do conhecimento científico, qualificação do indivíduo…) e com a evolução tecnológica (progressos ao nível da biologia e da biomedicina, facilidade das comunicações, aumento do tráfego aéreo, diversificação das fontes de energia…).