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Há a tendência para confundir “empreendedor” com “empresário”, e vice-versa, quando se trata de dois conceitos perfeitamente distintos. Em meu entender, o empresário é aquele que detém a propriedade ou é accionista principal de uma empresa. Já por empreendedor considero todos os indivíduos que, animados por uma atitude de desafio permanente e uma forte vontade de auto-superação, demonstram dinamismo, criatividade e arrojo suficientes para concretizar uma determinada ideia, projecto ou sonho.
“Mutatis mutandis”, também um empresário nem sempre é um empreendedor. Este é, de resto, um dos grandes “handicaps” do tecido empresarial português. Apesar de nas últimas décadas, e em virtude de uma mudança geracional, o panorama se ter modificado consideravelmente, ainda avultam no nosso país empresários pouco informados, sem visão estratégica, avessos ao risco e cujo único fito é a maximização do lucro no mais curto espaço de tempo. Ou seja, empresários completamente desprovidos de capacidade empreendedora.
Importa, pois, aproveitar a ênfase pública que está ser dada – muito justamente, diga-se – ao empreendedorismo para promover este conceito no seu sentido mais lato. Interessa que o espírito empreendedor seja considerado, não como um mero predicado empresarial, mas sim como uma atitude perante a vida e, por conseguinte, algo que deve ser ensinado aos mais novos e estimulado nos adultos.