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Agricultura Jovem

último post: 23:09 31OUT2008
nº de posts: 28
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Pedro Santos
Reféns do prémio à 1.ª instalação
Desde já agradeço o simpático convite da AJAP para participar neste fórum de discussão agrícola e, espero poder contribuir modestamente para o melhor resultado desta iniciativa promovida pela Presidência da República.
Apresento também os meus cumprimentos aos restantes elementos deste painel e as minhas desculpas pelo prolongado silêncio que se deveu a falta de tempo e não a falta de vontade de participar.
O convite foi-me lançado enquanto consultor, mas a minha experiência como agricultor obviamente que condiciona a minha opinião.

Gostaria de nesta primeira intervenção, centrar-me em 3 aspectos ligados ao tema: a opinião pública, a decisão da instalação e a candidatura.

1. A OPINIÃO PUBLICA
Os jovens agricultores são reféns do prémio à 1.ª instalação.
Se por um lado, este prémio tem uma função primordial no apoio ao dificil trajecto empresarial dos primeiros anos de actividade, por outro são a principal fonte de descrédito na opinião pública (leia-se opinião pública desinformada).
De uma forma muito generalizada, todo o sector é olhado pelo cidadão comum (urbano) como um conjunto de pessoas que produzem alimentos e que são altamente subsidiadas para o fazer. Esta imagem ainda fica mais prejudicada no caso dos jovens agricultores e do referido prémio.
É, claramente, uma opinião distorcida, mas compete a cada um de nós, do sector, combater esta imagem negativa e valorizar a actividade, a profissão e o sector.
Seria muito importante, que revistas/jornais fora do sector (por exemplo, a imprensa económica) relatasse com mais frequência casos de sucesso encabeçados por jovens agricultores.
Deveria ser frequente ouvir-se falar nos media do reconhecimento público das produções e dos projectos, das inovações aplicadas e desenvolvidas e, sobretudo, das oportunidades na actividade agrícola e no meio rural.

2. A DECISÃO DA INSTALAÇÃO
Como em qualquer outra actividade, a decisão de avançar com uma actividade económica deve estar sustentada numa análise detalhada da actividade, do mercado, da forma de comercialização, etc.... Essa análise deve conduzir a um “business plan” que apoiará a decisão de “fazer/não fazer” e de como fazer.
No conjunto de outras actividade económicas, quando ouvimos falar de jovens empresários, vemos o enfoque do inicio da actividade centrado nestas questões.
Vemos isso generalizado na agricultura?
De uma forma generalizada, claramente que não. Nos casos em que isso acontece de forma mais cuidada, a actividade tende a desenvolver-se de forma mais eficaz.
Não defendo com isto que se deva tornar este procedimento obrigatório (que tornaria a instalação um processo ainda mais dispendioso), mas poderia ser desenvolvido um modelo de pré-candidatura que implicasse um maior detalhe de alguns aspectos e que contribuisse para que, em muitos casos tenha mais peso o prémio à 1.ª instalação que todos os outros aspectos do desenvolvimento da actividade.
Como empreendedores numa actividade que depende de um conjunto de factores que não são tão controláveis como noutros ramos de actividade, os jovens agricultores devem abordar a sua instalação de uma forma muito cuidada e ponderada.

3. A CANDIDATURA
A candidatura dos jovens agricultores desvaloriza a sua integração comercial.
Aponto esta questão, porque a considero de fulcral importância. Ao apresentar uma candidatura do PRODER, o jovem agricultor define um conjunto de questões associadas ao diagnostico que precede a sua instalação e em que aponta aspectos ligados ao mercado e a sustentação da existência de mercado. No entanto, no cálculo da Valia do Jovem Agricultor (indicador que permite comparar diferentes candidaturas) estes aspectos são totalmente desvalorizados.
A integração na fileira, com a definição clara de formas de colaboração contratual com a agro-industria ou com o mercado, deveria ser um aspecto de importância decisiva para a avaliação dos projectos, e não é.
A candidatura, sendo realizada num formato demasiado fechado, levará a muito pouca diferenciação dos projectos, o que condicionará a análise por parte das entidades oficiais.

Enfim, o tema permite fazer muitas reflexões, pelo que espero poder continuar noutra intervenção futura.
14OUT2008
01:33
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