Imagem de Luís Vaz de Camões
Uma página da Presidência da República Portuguesa
Programa das Comemorações
Sábado, 10 de Junho
09:45
Cerimónias Militares
11:15
Sessão de Cumprimentos do Corpo Diplomático
12:00
Sessão Solene comemorativa do Dia de Portugal
13:30
Almoço oferecido pelo Presidente da Câmara Municipal do Porto
14:30
Animação Cultural: Tunas Académicas, Isabel Silvestre e Rui Veloso
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2006: 10 de Junho no Porto
Cinco anos depois do 10 de Junho da Capital Cultural (tão pouco tempo, tanto tempo!) o Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas volta a ser celebrado no Porto.

Cinco anos depois do 10 de Junho da Capital Cultural (tão pouco tempo, tanto tempo!) o Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas volta a ser celebrado no Porto. No início do seu mandato, o Presidente da República quis que a data voltasse a ficar associada à "segunda capital", como Ramalho lhe chamou nos tempos das Farpas, não se esquecendo, prudentemente, de acrescentar entre parêntesis: "segunda, por ordem cronológica, bem entendido!".

Por ordem cronológica, é bastante discutível, dado que "daqui houve nome Portugal", para recordar o título que Eugénio de Andrade – de quem recordamos comovidamente a memória, quase um ano depois da sua morte – deu à mais bela antologia de verso e prosa dedicada a esta cidade. Mas sempre a capital para onde se voltou a outra capital, quer lhe tenha virado as costas – tantas vezes! – quer se tenha virado de frente para ela, outras tantas, e nos momentos em que a liberdade mais parecia perigar ou mais parecia arredada. O mesmo Eugénio considerava como a mais alta das virtudes do Porto "a sua fronderie liberalista, que conquistou o privilégio de banir a nobreza dos seus muros e não permitir ao Tribunal do Santo Ofício celebrar aqui mais do que um só auto-de-fé".

Celebramos, em 2006, no Porto, o Dia de Portugal, quando, mais uma vez, procuramos razões de fé e esperança num futuro que esta cidade tantas vezes deu aos reinos do passado. Celebramos, em 2006, no Porto, o Dia de um Poeta, recordando, do passado, Garrett e Anto, Pascoaes e Nemésio, Eugénio e Sophia, entre tantos outros, ou saudando no presente Agustina e Manoel de Oliveira, Sisa Vieira ou Ângelo de Sousa. Recordando, muito especialmente, aquele que falou da "inadjectivável fusão da irrealidade e do real", esse Agostinho da Silva, que no Porto nasceu há cem anos e em ano de centenário dele também estamos.

Mas, como recordei em 2001, o Porto, pelo menos desde o século XVIII e o Tratado de Methwen, é ainda a cidade do país mais aberta às comunidades, quer nos vários Portos de que falava Júlio Diniz, quer nos vários Portos abertos a sul e a norte do Atlântico, pelos que do Douro partiram para o Brasil ou para o Canadá, para a Venezuela ou para os Estados Unidos.

Nesta cidade estão as nossas raízes; nesta cidade está o nosso futuro.

Era o Porto. É o Porto.

João Bénard da Costa
Presidente da Comissão Organizadora das Comemorações do Dia de
Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas