Discurso do Presidente da República por ocasião da inauguração do Monumento ao Fuzileiro
Barreiro, 2 de Julho de 2011

Homenageamos, neste dia, os Fuzileiros portugueses. Fazemo-lo nesta laboriosa cidade do Barreiro, tão ligada à Marinha e aos Descobrimentos, tanto ao nível da construção naval como da produção de mantimentos para o abastecimento das nossas frotas.

Os Fuzileiros, com origem longínqua no “Terço da Armada da Coroa de Portugal”, estão ligados a momentos importantes da nossa História. São militares de elite que, pela sua bravura, coragem e determinação, se distinguiram nos teatros de operações em África e que tão relevantes serviços têm prestado ao País. Saúdo de forma especial os Veteranos de Guerra aqui presentes.

Na actualidade, releva-se o elevado padrão de desempenho dos nossos Fuzileiros em operações internacionais de apoio à paz e de assistência humanitária em Timor-Leste, Guiné-Bissau, Moçambique, República Democrática do Congo e Afeganistão, sendo de sublinhar, igualmente, a forma profissional e destemida como têm participado nas missões de combate à pirataria no Índico.

São militares altamente treinados, que cruzam e protegem o mar, e deste projectam na terra o seu poder, pela surpresa, pelo ímpeto e pela valentia, abrindo caminho e cumprindo missões em quaisquer ambientes operacionais, onde quer que Portugal deles precise.

Fuzileiros,

É o espírito vivido nas dificuldades de quem sentiu o perigo à sua volta, de quem viu os camaradas sofrerem no corpo e na alma as agruras do combate, é o orgulho de serem servidores da Pátria com uma conduta digna, e quantas vezes heróica, que hoje vos une e aqui vos traz em tão grande número, para um são convívio e partilha de emoções. Como é vosso apanágio, “Fuzileiro uma vez Fuzileiro para sempre”.

É este espírito que vos leva a congregarem-se à volta da vossa Associação, contagiando aqueles que vos são próximos com o apego a valores essenciais, bem vivos em cada um de vós: o sentido do dever, a amizade, a camaradagem e a solidariedade.

A Associação de Fuzileiros tem acompanhado com dedicação os problemas dos seus associados. A união de esforços e as acções de apoio àqueles a quem a vida não corre de feição são fundamentais. Na vida, como no combate, o Fuzileiro não deixa ninguém para trás.

É de toda a justiça dirigir, nesta ocasião, uma palavra especial à cidade do Barreiro, pela forma como tem acolhido e acarinhado os seus Fuzileiros, traduzida num forte sentimento de mútua pertença, de que todos, justamente, se orgulham.

Quero saudar a conjugação de esforços entre a Associação de Fuzileiros e a Câmara Municipal do Barreiro, que permitiu a criação de um monumento que se perpetuará no tempo e que dá expressão ao reconhecimento do Fuzileiro como um pilar de coragem, de galhardia e de respeito pelos valores pátrios.

Fuzileiros,

Mantenham este vosso espírito de corpo, espalhem esta cultura de profissionalismo e de capacidade de bem-fazer. Sem bons exemplos, não há bons seguidores, e todos temos de participar no esforço de construir um Portugal mais forte e capaz, tanto nas grandes como nas pequenas realizações do nosso dia-a-dia.

Como acabámos de ouvir no hino da Associação de Fuzileiros, “só tem Pátria quem sabe lutar”.

Os Portugueses são um Povo lúcido, valente e com uma sabedoria ancestral que lhes permite, em situações de grande crise, escolher um caminho seguro rumo à estabilidade e à garantia da sua independência.

Somos um Povo com uma Pátria que amamos, com referências, com valores e com capacidade de combater e superar os desafios que se nos apresentam.

Essa capacidade está agora posta à prova.
Estou certo de que, mais uma vez, iremos vencer.

Muito obrigado.

http://anibalcavacosilva.arquivo.presidencia.pt/comandantesupremo/?idc=304&idi=55374