Saúdo cada um dos presentes nesta cerimónia e, em particular, os antigos combatentes, a quem o País tanto deve.
Ao longo da nossa História, muitos foram os exemplos de dedicação, altruísmo e coragem de militares que, no cumprimento do dever, sublimaram as suas capacidades ao serviço de Portugal.
Foram heróis que connosco partilharam o quotidiano das suas vidas. Afinal, homens simples capazes de feitos extraordinários.
Militares,
Minhas Senhoras e meus Senhores,
Hoje, aqui, a Pátria presta homenagem a um dos seus melhores: o Coronel Raúl Miguel Socorro Folques, um Soldado de Portugal que por vocação escolheu a carreira das armas, onde se distinguiu pelo culto dos mais nobres ideais de serviço. Um exemplo de Valor, Lealdade e Mérito.
Fazemo-lo em Parada militar, porque assim manda a “ordenança”, quando são agraciados aqueles que se destacaram por feitos heroicos em campanha.
Fazemo-lo, acompanhando o sentimento de orgulho e admiração dos seus familiares e amigos; dos jovens alunos do Colégio Militar e da Academia Militar, Escolas que o viram crescer e o formaram como Homem, como Cidadão e como Militar; dos seus camaradas “Comandos”, em especial daqueles que com ele combateram e com ele criaram laços de amizade para a vida, forjados na dureza da campanha, no silêncio da perda e nos momentos de alegria.
O Coronel Folques é um algarvio de Vila Real de Santo António, que deixou o liceu aos 13 anos para vir frequentar o 3.º ano do Colégio Militar, aí permanecendo até ingressar na Academia, onde concluiu, em 1961, o Curso de Infantaria.
Fez parte dos militares que estiveram na origem e integraram as primeiras forças “Comando”, unidades de elite do Exército adaptadas à natureza e às exigências do ambiente operacional de África.
Nas quatro comissões que cumpriu, três em Angola e uma na Guiné, demonstrou ser um Soldado de exceção, exemplo maior de coragem, sangue-frio e serena energia debaixo de fogo. Um líder que todos estimavam e admiravam.
Nas funções que posteriormente desempenhou, destacam-se as de Comandante do Regimento de Comandos, Professor do Instituto de Altos Estudos Militares e Chefe do Estado-Maior do Governo Militar de Lisboa.
Integrou ainda a Comissão Mista de Verificação dos Acordos de Paz na República de Moçambique.
Condecorado por feitos extraordinários em campanha, dando provas de elevada coragem física e grandeza moral, o Coronel Folques é um homem de bem, de carácter impoluto e altamente prestigiado entre os seus pares. Serviu Portugal com distinção, total desprendimento e a simplicidade dos grandes.
Militares,
Minhas Senhoras e meus Senhores,
Manifestamos hoje o nosso reconhecimento a um Oficial de excecional craveira cujo exemplo deverá constituir fonte de inspiração para as gerações futuras, porque a Pátria em que nos revemos foi e será sempre determinada pelo querer, pela dedicação e pela coragem dos Portugueses.
Como Presidente da República, associo-me com todo o gosto a esta homenagem a quem, como o Coronel Raúl Miguel Socorro Folques, pautou a sua vida pelo culto da Pátria, da honra e do dever. É este homem e este militar que o Comandante Supremo das Forças Armadas distingue com a mais alta condecoração do Estado, a da Ordem da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito.
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