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Presidente da República visitou Porto da Praia e foi saudado pela guarnição da fragata “Corte Real” (1)
Presidente da República visitou Porto da Praia e foi saudado pela guarnição da fragata “Corte Real” (2)
Presidente da República visitou Porto da Praia e foi saudado pela guarnição da fragata “Corte Real” (3)
Presidente da República visitou Porto da Praia e foi saudado pela guarnição da fragata “Corte Real” (4)
Presidente da República visitou Porto da Praia e foi saudado pela guarnição da fragata “Corte Real” (5)
Presidente da República visitou Porto da Praia e foi saudado pela guarnição da fragata “Corte Real” (6)
Presidente da República visitou Porto da Praia e foi saudado pela guarnição da fragata “Corte Real” (7)
Presidente da República visitou Porto da Praia e foi saudado pela guarnição da fragata “Corte Real” (8)
Presidente da República visitou Porto da Praia e foi saudado pela guarnição da fragata “Corte Real” (9)
Presidente da República visitou Porto da Praia e foi saudado pela guarnição da fragata “Corte Real” (10)
Presidente Cavaco Silva recebido em São Vicente onde inaugurou reconversão da réplica da Torre de Belém (1)
Presidente Cavaco Silva recebido em São Vicente onde inaugurou reconversão da réplica da Torre de Belém (2)
Presidente Cavaco Silva recebido em São Vicente onde inaugurou reconversão da réplica da Torre de Belém (3)
Presidente Cavaco Silva recebido em São Vicente onde inaugurou reconversão da réplica da Torre de Belém (4)
Presidente Cavaco Silva recebido em São Vicente onde inaugurou reconversão da réplica da Torre de Belém (5)
Presidente Cavaco Silva recebido em São Vicente onde inaugurou reconversão da réplica da Torre de Belém (6)
Presidente Cavaco Silva recebido em São Vicente onde inaugurou reconversão da réplica da Torre de Belém (7)
Presidente Cavaco Silva recebido em São Vicente onde inaugurou reconversão da réplica da Torre de Belém (8)
Presidente Cavaco Silva recebido em São Vicente onde inaugurou reconversão da réplica da Torre de Belém (9)
Presidente Cavaco Silva recebido em São Vicente onde inaugurou reconversão da réplica da Torre de Belém (10)

INTERVENÇÕES

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Discurso do Presidente da República na Câmara Municipal de São Vicente
São Vicente, 7 de Julho de 2010

Senhor Presidente em exercício da Câmara Municipal de São Vicente,
Senhores Membros dos Governos de Cabo Verde e de Portugal,
Senhor Presidente da Assembleia Municipal,
Senhores Vereadores,
Minhas Senhoras e meus Senhores,

Permitam-me que comece por endereçar uma saudação muito amiga à Senhora Presidente da Câmara Municipal de São Vicente, a quem quero agradecer, muito sensibilizado, tudo o que fez pelo sucesso desta minha Visita e a quem desejo um pronto restabelecimento.

É com muita alegria que regresso a São Vicente e ao Mindelo, uma cidade que exibe, orgulhosa, a vitalidade da sua cultura e o dinamismo dos seus habitantes. Uma vitalidade e um dinamismo ainda mais assinaláveis, uma alegria que é quase comovente se levarmos em conta o percurso que foi necessário percorrer para aqui chegar. Um percurso feito de esforço e de luta, de suor e sacrifício.

Durante anos, muitos e muitos anos, a Ilha de São Vicente, com a aridez das secas que a assolavam, não foi um lugar fácil para viver. O povoamento desta ilha constituiu, por isso, uma tarefa heróica.

Ao longo dos séculos, houve provações e fomes, falta de emprego e emigração, dramas que a literatura registou nas páginas imortais de obras como Chiquinho, de Baltasar Lopes da Silva, ou O Galo Cantou na Baía, de Manuel Lopes.

Hoje, residem aqui cerca de oitenta mil pessoas e São Vicente encara o futuro com a confiança daqueles que sabem que o seu querer é maior do que qualquer adversidade.

Nos nossos dias, é já um lugar-comum falar-se da importância do saber e do conhecimento como elementos essenciais para o desenvolvimento dos povos. Os habitantes do Mindelo perceberam, primeiro do que muitos outros, que esse era o seu caminho. Ninguém lhes ensinou o valor da cultura como factor de progresso.

Não é por acaso que os livros da primeira biblioteca pública da cidade, inaugurada em 1880, por ocasião do tricentenário de Camões, foram adquiridos graças aos donativos dos munícipes. Como também não é por acaso que foram os próprios habitantes do Mindelo que, em 1900, pediram para que aqui fosse instalada uma escola de instrução secundária e uma outra para a aprendizagem de línguas estrangeiras. Havia fome de tudo, mas, acima de tudo, havia fome de saber. E ânsia de fazer e ser melhor.

Hoje, todos louvam o cosmopolitismo de São Vicente e a riqueza da atmosfera cultural desta cidade. Recordam que foi a partir daqui que a voz de Cesária Évora conquistou a projecção internacional que tão justamente merece, abrindo caminhos que garantem à música cabo-verdiana, protagonizada por tantos nomes de prestígio, a admiração de que goza nos cinco cantos do mundo. Que é aqui que residem e trabalham pintores e escultores cuja qualidade e criatividade de há muito ultrapassaram as fronteiras deste país. Que aqui se escreve alguma da melhor literatura que a língua portuguesa produz. Que aqui ocorrem festivais de nomeada, como aquele que tem lugar nesse lugar idílico que é Baía das Gatas.

Esta efervescência cultural e a alegria que respiramos nestas ruas e nestas praças devem-se ao esforço e à inteligência dos mindelenses. Entre tantas dificuldades, descobriram um caminho. A Claridade foi muito mais do que um movimento criado por intelectuais nas horas vagas, nessas “horas vagas” que deram título aos poemas de Manuel Lopes. A Claridade é uma atitude perante as adversidades da vida. É a expressão de quem não se resigna às agruras da terra, de quem aspira a um futuro melhor. É, sobretudo, a atitude indomável de quem sabe bem o que quer e o que tem de fazer para o alcançar.

O Mindelo apostou no conhecimento e na cultura. Durante muitos anos, aqui existiu o único liceu do Barlavento. Jovens de outras ilhas do arquipélago vieram para São Vicente, aprender a ser melhores. Baltasar Lopes foi professor e Reitor no Liceu do Mindelo, e Chiquinho, personagem da sua ficção, seguiu-lhe os passos. No Mindelo estudaram grandes personalidades, como Amílcar Cabral ou Pedro Pires.

O Mindelo apostou na sua vocação de centro portuário, de capital de cultura, de pólo de atracção do comércio e dos serviços. Onde havia uma terra inóspita e despovoada, existe agora uma cidade cosmopolita e empreendedora, onde o encanto do seu rico património histórico convive com realizações e projectos que apontam decididamente para o futuro.

«Trabalho e Disciplina» são os lemas desta cidade. Poucas haverá em que a divisa que ostentam seja tão apropriada ao carácter dos seus habitantes. Diante de vós, curvo-me perante a memória dos que fizeram este Mindelo e presto homenagem ao vosso esforço, à vossa Claridade, ao vosso exemplo.

Muito obrigado

© 2010 Presidência da República Portuguesa