Senhoras Ministras da Cultura de Portugal e de Cabo Verde,
Senhores Membros dos Governos de Portugal e de Cabo Verde,
Senhores Deputados,
Minhas Senhoras e meus Senhores,
Gostaria de felicitar todos quantos, ao longo dos anos, vêm tornando possível esta Feira do Livro em Português, na cidade da Praia. Para quem conheça um pouco da História de Cabo Verde, o sucesso que esta Feira vem constituindo não será motivo de surpresa. Os cabo-verdianos sempre se distinguiram pela forma como souberam procurar, na educação e na cultura, uma forma de vencer as adversidades.
A recente criação da universidade pública espelha bem o empenho e a atenção prestada pelas autoridades cabo-verdianas à qualificação científica e técnica dos cidadãos.
E bem se pode dizer que tem sido uma aposta ganha. Os extraordinários avanços que Cabo Verde registou no caminho do desenvolvimento confirmam que valeu a pena o investimento neste sector. Vale sempre a pena apostar na formação, sobretudo no mundo actual, onde o conhecimento é um recurso da maior importância, quer para competir nos mercados, quer para garantir a participação na vida pública.
Mas esta Feira representa, também, um outro motivo de regozijo para todos nós. Trata-se de uma Feira de livros publicados na nossa língua comum, na língua que partilhamos com mais outros seis Estados que a adoptaram como língua oficial, e que está, de acordo com todos os estudos recentes, entre as que mais crescem em todo o mundo.
Como membros dessa imensa comunidade que é a lusofonia, dispersa por vários continentes, os nossos dois países estão ligados por laços de amizade e de cumplicidade que encontram o seu reflexo institucional nesse extraordinário projecto que é a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa.
Temos de ser capazes de transformar esse projecto numa realidade viva e actuante, quer por fidelidade ao passado comum, que faz parte integrante da identidade de cada uma das nossas nações, quer como instrumento para assegurar o desenvolvimento e o bem-estar dos nossos cidadãos.
Para que a lusofonia seja um projecto voltado para o futuro, e não apenas um eco do passado, temos de intensificar o intercâmbio já existente, de modo a que os livros que se escrevem e o conhecimento que se produz em cada um dos nossos países cheguem a todo o universo de língua portuguesa.
Só assim poderemos vir a ser, verdadeiramente, uma Comunidade, no interior da qual as diferentes culturas interagem em benefício comum.
Acompanha-me, nesta Visita, uma delegação de escritores, muitos deles representados nesta Feira. Quero agradecer-lhes terem acedido ao meu convite, permitindo, desta forma, que, para lá da obra, o público cabo-verdiano possa, igualmente, ter contacto directo com os autores.
Termino fazendo votos para que a Feira do Livro seja, de novo este ano, um momento alto, não apenas na vida cultural da capital de Cabo Verde, mas também na consolidação da comunidade lusófona.
Muito obrigado.
http://www.presidencia.pt/caboverde2010/?idc=760&idi=44084