Documento de Enquadramento
- Objetivos da 6ª Jornada do Roteiro

Os Jovens nas Indústrias Criativas: Inovar para Crescer

Na VI jornada do Roteiro para a Juventude pretende-se demonstrar que Portugal dispõe de uma Geração empreendedora nos mais variados domínios e que será com o contributo e participação desta que conseguiremos ter uma restruturação da economia do País. Para que possamos competir é necessário apostar na inovação, na criatividade e na ambição, na determinação, e na esperança desta Geração.

Vivemos uma altura crucial para o País, em que é preciso mudar o rumo e inverter tendências. E, para que tal ocorra, é preciso que esta Geração seja um dos principais agentes da mudança em todos os setores, mas com especial atenção na área empresarial.

O crescimento da economia é a condição chave para que o rigoroso processo de ajustamento orçamental e o plano de austeridade possam atingir os objetivos esperados.


O que é a economia criativa?

A economia criativa e as indústrias criativas surgem, assim, como um vetor estratégico de impulso do potencial de crescimento da economia para um novo patamar mais sustentável com os compromissos de financiamento externo.

O conceito de “indústrias criativas” inclui um largo espetro de áreas de negócio que se situam em setores normalmente distintos entre si.


As indústrias criativas

Segundo a UNCTAD, as indústrias criativas são compostas pelos ciclos de criação, produção e distribuição de bens e serviços que incorporam criatividade e capital intelectual, como fatores de input primários. Constituem um conjunto de atividades baseadas em conhecimento, focalizadas mas não restritas às artes, e potencialmente gerando receitas do comércio e de direitos de propriedade intelectual. As indústrias criativas incluem produtos tangíveis e intangíveis, de natureza intelectual ou artística, com conteúdo criativo, valor económico e objetivos de mercado. As indústrias criativas situam-se no cruzamento entre a cultura, os serviços e os setores industriais e constituem um novo e dinâmico setor de comércio mundial.

A economia criativa inclui os seguintes setores(1):

A economia criativa é um conceito em evolução, baseada em ativos criativos com potencial de gerar crescimento económico e desenvolvimento. A economia criativa é vista com potencial para geração de receitas de exportação, criação de postos de trabalho, promoção da inclusão social, da diversidade cultural e do desenvolvimento humano.

Uma dimensão essencial da economia criativa materializa-se nos empreendedores criativos ou, na expressão de Richard Florida, a “classe criativa”. Este grupo inclui profissionais nas áreas da arquitetura e design, educação, artes, música e entretenimento, cuja função económica se traduz pela geração de novas ideias, nova tecnologia e novo conteúdo criativo. Segundo Florida, o mundo está a entrar na “idade criativa”, já que a criatividade é um fator essencial nas economias.

As indústrias criativas contribuem igualmente para o desenvolvimento sustentável, conceito que tem a sua essência para lá da aplicação à relação com o ambiente. O capital cultural tangível e intangível de uma comunidade, de uma região ou de uma nação, deverá ser preservado e defendido com herança para as gerações futuras, tal como os ecossistemas e recursos naturais deverão ser salvaguardados para garantir a continuidade da vida no planeta.


O mercado global para as indústrias criativas

Na Europa, as indústrias criativas contribuem significativamente para o produto, valor acrescentado e para o equilíbrio da balança de pagamentos. Tipicamente, estas indústrias contribuem entre 2 a 6% do PIB, dependendo das definições adotadas. Em 2007, as indústrias criativas representaram nos Estados Unidos 6,4% da economia, gerando vendas no exterior e exportações no valor de 125 mil milhões USD, constituindo-se como um dos maiores setores exportadores.

Os indicadores de comércio mundial das indústrias criativas são uma clara evidência de que a economia criativa é um novo setor com um enorme dinamismo na economia global, embora a dimensão e o potencial do mercado global para bens e serviços da indústria criativa só muito recentemente têm vindo a ser reconhecidos.

As indústrias criativas são hoje uma parte determinante dos setores exportadores, os quais continuam a jogar um papel de grande relevância, através de importantes ganhos de produtividade, receitas, geração de emprego e difusão tecnológica.

A contração global na procura, ocorrida em 2008, limitou a capacidade dos países de focalizarem nas suas exportações as estratégias de saída da crise. Em contraste com os restantes setores exportadores, o comércio internacional das indústrias criativas continuou a crescer, apesar da conjuntura global de crise, oferecendo oportunidades para o desenvolvimento económico, cultural e social.

Nesta jornada serão dados a conhecer projetos de empreendedorismo de excelência, quer em inovação mas também em criatividade. A economia portuguesa só tem a ganhar com empresários mais qualificados, inovadores, criativos, cosmopolitas, independentes e abertos a novas áreas de negócio.

Tal como nas anteriores jornadas do Roteiro para a Juventude, as autoridades locais e regionais assumem um papel de relevância, uma vez que são elas as que estão mais próximas dos jovens empreendedores. Iremos visitar projetos de indústrias criativas que estão incluídos em programas de turismo industrial apoiados pelo poder local, promovendo não só a região como os projetos empreendedores que dela fazem parte.

Em mais uma jornada dos Roteiros para a Juventude, serão apresentados diversos projetos das indústrias criativas com grande impacto nas exportações nacionais, mas também com grande respeito pelo legado das anteriores gerações, e que, associados ao conhecimento, desenvolvimento tecnológico e inovação, têm proporcionado excelentes resultados.

(1) Segundo o modelo DCMS, Reino Unido

 

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