Intervenção do Presidente da República no Encontro de Alto Nível sobre os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio
Sede das Nações Unidas, Nova Iorque, 25 de Setembro de 2008

Começo por felicitar o Senhor Secretário-Geral das Nações Unidas por esta iniciativa de reunir líderes mundiais e representantes do sector privado e da sociedade civil, enquanto parceiros empenhados em reforçar e concretizar o compromisso essencial que representam os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio.

Necessitamos do empenho de todos para alcançarmos as metas a que nos propusemos em prol de um mundo mais pacífico, mais próspero e mais justo.

A Educação e a Saúde, temas desta Mesa-Redonda, são dois sectores determinantes para o crescimento económico, o desenvolvimento e a redução de pobreza devendo, por isso, assumir uma posição de destaque no âmbito da prossecução dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio.

As doenças e as mortes prematuras devidas à má nutrição, à falta de higiene, à falta de água potável e a cuidados de saúde inadequados acarretam perdas irreparáveis em termos de capital humano. A melhoria da saúde das populações mais pobres é, assim, uma contribuição fundamental para os esforços de redução da pobreza e de promoção do desenvolvimento.

Infelizmente, temos assistido, em alguns casos, a uma regressão dos resultados positivos, em termos de saúde e de desenvolvimento, registados nas últimas décadas. Esta é uma situação de crise de saúde pública que deve ser assumida e que deve mobilizar toda a comunidade internacional para lhe fazer face.

Congratulo-me pelo facto de ter sido possível aprovar, no final de 2007, em Lisboa, a Estratégia Conjunta UE-África, que identifica a saúde como uma das acções prioritárias da Parceria entre os dois continentes.

Por outro lado, um dos principais inimigos da saúde pública é a iliteracia. Tão importante quanto aumentar a facilidade de acesso aos medicamentos é aumentar o acesso à informação sobre a doença. Ora, tal não se consegue sem uma forte aposta na educação básica e universal e este desafio terá de ser ganho, em primeiro lugar, pelos países com maiores problemas.

Os custos da educação continuam a ser uma importante barreira, sobretudo para as raparigas e as mulheres. Existe, por isso, uma urgência inadiável em aumentar os recursos canalizados para a educação. É minha convicção que esta será a aposta decisiva para inverter o ciclo vicioso da pobreza e da doença.

A educação, enquanto instrumento do desenvolvimento, promove a liberdade, e, ao reforçar a capacidade de escolha, melhora a produtividade e é um veículo em favor da paz.

Por isso, Portugal assume a educação como uma prioridade no quadro do desenvolvimento sustentável e da luta contra a pobreza. Os nossos esforços de cooperação, em particular nos parceiros africanos de língua oficial portuguesa e em Timor-Leste, têm sido direccionados prioritariamente para o apoio à educação básica, incluindo a alfabetização de adultos, sem esquecer o ensino técnico e profissional e a promoção do papel das tecnologias, por exemplo no ensino à distância.

No domínio da saúde, investimos na sustentabilidade dos sistemas de saúde dos países parceiros, quer em termos do financiamento, quer ao nível da capacidade técnica dos serviços. Contribuímos, também, para a criação de condições de acesso generalizado das populações aos cuidados básicos de saúde, tendo presentes as prioridades dos ODM.

Minhas Senhoras e meus Senhores

Termino sublinhando o compromisso do meu País com o esforço a que obrigam as metas definidas, para estes domínios, no quadro dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio.