Discurso do Presidente da República por ocasião da Cerimónia de Entrega da Chave da Vila de Cascais
Cascais, 7 de março de 2016

É com uma satisfação muito particular que, nestes últimos dias do meu mandato como Presidente da República, regresso à vila de Cascais. Quero agradecer, muito sensibilizado, a honra que a Câmara Municipal me concede ao atribuir-me o título de Cidadão Honorário e a Chave da Vila de Cascais, que o Senhor Presidente da Câmara acaba de me entregar.

Concluo aqui as visitas que, ao longo de dez anos, me levaram de Norte a Sul de Portugal continental e às Regiões Autónomas.

Procurei mostrar muito do melhor que temos no País, ir ao encontro dos casos de sucesso empresarial, dos bons exemplos de intervenção social e cultural, das realizações que traduzem o espírito lutador que verdadeiramente nos define como Povo.

Conheci homens e mulheres que me marcaram pela sua determinação, jovens empreendedores que me inspiraram com a sua tenacidade.

Vi de perto como, no seio das nossas universidades, surgem projetos que são hoje uma porta para a conquista de novos mercados e para o fortalecimento da nossa economia.

E vi também como, do Litoral ao Interior, é prestada uma atenção cada vez maior àquilo que nos distingue, aos elementos diferenciadores, endógenos, que podem ser a alavanca do desenvolvimento local.

Apontei, por diversas vezes, a defesa do nosso riquíssimo património artístico e arquitetónico como uma prioridade, não apenas para o reforço da nossa identidade histórica, mas também como elemento de afirmação turística e cultural.

A esse propósito, procurei que a Presidência da República fosse, enquanto instituição, um referencial na forma como gere e salvaguarda o património que lhe está atribuído por lei.

Quero aproveitar esta ocasião para agradecer e reconhecer publicamente o empenho e a intensa colaboração prestada pela Câmara Municipal de Cascais, que permitiram que, aqui bem perto, pudesse ter ressurgido nos últimos anos a Cidadela de Cascais, um imponente conjunto monumental que esteve, durante muito tempo, votado ao abandono.

Tal como sucedeu com a recuperação do Jardim da Cascata do Palácio de Belém, a requalificação do Palácio da Cidadela devolveu a plena fruição daquele monumento à população, que hoje o pode visitar e conhecer a sua história.

A cooperação com o Município e com outras entidades públicas foi decisiva e é bem a prova de que, trabalhando em conjunto, conseguimos sempre atingir os nossos objetivos de forma mais proveitosa.

Minhas Senhoras e meus Senhores,

Termino, esta semana, o exercício das funções de Presidente da República. Gostaria, nesta ocasião, de afirmar que foi para mim um enorme privilégio servir Portugal e os Portugueses ao longo destes dez anos tão cheios de desafios.

Senti-me, em cada dia, profundamente honrado pela confiança que os Portugueses depositaram em mim quando me escolheram para Presidente da República. Estou, a todos, profundamente grato.

Procurei corresponder a essa confiança agindo sempre, em consciência, de acordo com o superior interesse nacional, no cumprimento da Constituição da República e sem olhar a outro critério que não o da procura de um futuro melhor para as novas gerações de Portugueses.

Muito para além dos ciclos políticos e da conjuntura, sou testemunha de que há um País que não desiste e de que há um Povo que honra as vitórias, as conquistas e as Descobertas que ilustram a nossa História.

Termino as minhas funções com redobrada certeza da garra e da mestria dos Portugueses, com a mesma fé num futuro de maior coesão e justiça social para o nosso País, com a mesma esperança no cumprimento do desígnio que sempre me norteou: o de conseguirmos todos, em conjunto, assegurar a construção de um Portugal maior.

Muito obrigado.