Os Viveiros do Palácio de Belém terão sido mandados construir por D. Telo de Menezes, 1.º Conde de Aveiras, sendo já evidentes em planta de 1856. Utilizam uma gramática estilística em voga nos jardins do séc. XVII à “francesa”, articulando um “teatro” enquadrado por três peças formando uma espécie de palco, voltado para um “panterre” que remata o conjunto cénico.
No centro existe a Cascata, com uma estátua de Hércules matando a Hidra de Lerna, de sete cabeças, tema que integra os Doze Trabalhos de Hércules, e se pensa contemporânea à edificação dos Viveiros.
A restante estatuária, alojada em nichos nas fachadas, será posterior, não se sabendo a data. Os nichos estão decorados com incrustações de pedra de diferentes dimensões e estereotomias com pedra vermelha do “Sítio de Cascais” e com pedra negra de Sintra. Os vasos e a estatuária do ático são adições executadas no reinado de D. Maria I, em meados do séc. XVIII.
O pavimento do teatro, datado de 1785, apresenta um xadrez de lajedo de calcário e lajes da serra de Sintra.
A edificação terá funcionado verdadeiramente como viveiro, havendo registo de albergar diversas aves em 1776, com exemplares de canários, periquitos, araras, papagaios, rolas, pássaros da Índia e das Américas, pombos, águias e outros “pássaros grandes”, marabús, emas, pavões, faisões, galinhas da Índia, de Angola e pintadas, perus brancos, patos, marrecos, gansos, cisnes, tucanos, grous e “pássaros azuis” (1).
(1) Texto baseado em publicações do Museu da Presidência: Do Palácio de Belém, e as separatas Arquitectura do Palácio de Belém e Jardins e Escultura do Palácio de Belém