É com o maior gosto que escrevo estas palavras de apresentação do presente catálogo, que descreve a história dos Viveiros da Cascata existentes no Palácio de Belém e, bem assim, o projecto de recuperação desse edifício magnífico, que se destaca no conjunto patrimonial do Palácio.
Pouco depois de ter assumido funções como Presidente da República, visitei demoradamente todas as instalações do Palácio de Belém e percorri os seus jardins. Não porque me considerasse, de forma alguma, o novo proprietário desta Casa. Entendo, isso sim, que os poderes públicos e os seus titulares devem dar o exemplo no que respeita à conservação e recuperação do património arquitectónico e artístico que lhes é confiado, sobretudo quando esse património se reveste de excepcional valor, como sucede neste caso, e guarda em si memórias que temos de preservar e legar às gerações futuras. Os Viveiros da Cascata logo despertaram a minha atenção. Pela sua imponência e beleza, decerto, mas também pela premente necessidade de proceder ao seu restauro.
Orgulho-me de ter impulsionado a reabilitação deste edifício, que decorreu segundo os mais rigorosos e exigentes critérios da arte do restauro. A partir de agora, o Palácio de Belém passa a dispor de um novo espaço que lhe permitirá realizar, com a maior dignidade, as mais diversas iniciativas. A partir de agora, Lisboa possui um novo edifício restaurado que todos são convidados a visitar.
Aníbal Cavaco Silva