É com grande satisfação que me encontro com altos quadros portugueses que desenvolvem as suas atividades em Singapura.
O vosso nível de qualificações e a excelência do vosso trabalho são a prova de que existe um Portugal novo, que importa dar a conhecer ao Mundo.
Desde há alguns tempos, sobretudo quando se tornaram mais evidentes as dificuldades que o nosso país atravessa e que levaram à solicitação de apoio externo, têm sido veiculadas, em certos meios de comunicação social estrangeiros, notícias que fornecem uma imagem distorcida e desinformada da realidade nacional.
A presença de altos quadros portugueses num país tão competitivo e exigente como Singapura mostra bem que Portugal é muito diferente da imagem que, por vezes, dele se tem no exterior.
Tenho insistido neste ponto, em diversas intervenções públicas. O sucesso do programa de assistência financeira a Portugal depende, sem dúvida, do cumprimento dos objetivos de consolidação orçamental e de disciplina financeira que subscrevemos. Mas requer, também, crescimento económico suscetível de gerar valor e criar emprego. Só dessa forma será possível assegurar a justiça social e a coesão da sociedade portuguesa. O crescimento exige, sabemo-lo bem, reformas estruturais que o sustentem, de modo a que, aos sacrifícios que atualmente se exigem aos Portugueses, se sucedam melhorias duradouras de bem-estar.
Mas a verdade é que, na definição de uma estratégia de crescimento, também a perceção externa positiva do País assume um papel central.
Através dela, será mais fácil atrair investimento, obter financiamentos a taxas de juro comportáveis, aumentar as exportações de bens, assegurar o desenvolvimento de sectores-chave como o turismo.
Na projeção de uma imagem externa positiva, os agentes políticos têm, naturalmente, uma ação imprescindível. Estamos, todavia, perante uma tarefa coletiva, um desígnio nacional que urge ser assumido por todos os Portugueses.
A vossa presença em Singapura demonstra que, nos nossos dias, em áreas como a investigação aplicada ou a atividade empresarial, não existem fronteiras políticas ou geográficas. A grande fronteira é a do conhecimento. Esse é o limite que separa os que dispõem da capacidade de competir eficazmente no mundo global e os que não alcançaram, ainda, esse patamar de desenvolvimento. E Portugal encontra-se, claramente, no grupo de países situados na primeira linha da sociedade do conhecimento.
Apelo, pois, a todos os presentes que interiorizem uma missão que têm de cumprir enquanto cidadãos de Portugal. Dada a excelência que vos caracteriza, cabe-vos um especial dever de serem os diplomatas do Portugal real, contribuindo para que o nosso País consiga ultrapassar da melhor forma as adversidades do presente.
Enquanto profissionais de sucesso – e por isso vos felicito – conhecem, como poucos, qual a chave do êxito num mundo globalizado e competitivo. Sabem, sem dúvida, que o conhecimento é um trunfo indispensável, mas também que, sem difusão do conhecimento, sem a formação de redes, muito dificilmente algum resultado útil se conseguirá obter. E a difusão do conhecimento de Portugal constitui, nesta perspetiva de que vos falo, uma das vossas responsabilidades.
Estou confiante de que o vosso talento permitirá que, em Singapura, Portugal seja admirado. Não apenas porque produziu uma vanguarda de quadros altamente qualificados e dinâmicos, mas porque esses talentos são bem ilustrativos das reais capacidades de um país em transformação, que dispõe de potencialidades e capital humano que merecem ser conhecidos.
Agradeço-vos o contributo que já estão a dar, com os vossos exemplos, neste esforço nacional de projeção do Portugal real. Peço-vos, apenas, que aprofundem e, de algum modo, sistematizem esse contributo, na consciência de que, se o fizerem, estarão a ajudar a construir um País melhor para todos e, sobretudo, para os portugueses das gerações vindouras.
Muito obrigado.