Altezas Reais,
Distintos convidados,
Minhas Senhoras e meus Senhores,
É motivo de uma grande satisfação, para mim e para minha Mulher, dar as boas-vindas a Vossas Altezas Reais.
Portugal e o Reino Unido conhecem-se bem. Possuímos um relacionamento multisecular, que se revelou determinante em momentos cruciais da História dos nossos dois países.
Um relacionamento alicerçado na mais antiga Aliança em vigor entre dois Estados soberanos, consagrada no Tratado de Londres, de 1373, e reafirmada pelo Tratado de Windsor, de 1386, pela qual ambos os países se consideravam unidos, daí em diante, por “uma liga, uma amizade e uma confederação geral e perpétua”.
Esta proximidade, de características únicas, entre duas das mais antigas nações do nosso continente, tem sabido resistir à prova do tempo e às vicissitudes das circunstâncias históricas, encontrando expressão, nos nossos dias, numa relação bilateral dinâmica e diversificada, na pertença comum à Aliança Atlântica e na partilha de um destino europeu, no quadro da União Europeia.
No domínio bilateral, o Reino Unido é, de há muito um dos principais parceiros económicos, comerciais e de investimento de Portugal. São muitos, também, os cidadãos britânicos que, desde sempre, elegem Portugal como destino de férias privilegiado, ou que aqui decidem fixar residência. Como é, hoje, considerável o número de portugueses que vivem e trabalham no Reino Unido.
Cabe-nos tirar pleno partido desta multiplicidade de factores que nos aproximam para ir ainda mais longe nos vários domínios em que se afirma o nosso relacionamento.
É bem conhecido o interesse de Vossa Alteza pelas questões ligadas às alterações climáticas, à protecção ambiental e à promoção das energias limpas. São domínios em que os nossos países possuem interesses convergentes e que oferecem um elevado potencial para o reforço da nossa cooperação bilateral.
A proximidade do mar marcou profundamente a forma de ser de portugueses e britânicos e assumiu um papel determinante na História dos nossos dois países e do nosso próprio relacionamento. Cabe-nos, hoje, tirar partido desta cumplicidade que o mar teceu entre Portugal e o Reino Unido e promover a nossa cooperação nas múltiplas áreas relacionadas com a economia do mar.
Espero, ainda, que os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2012, que Londres se prepara para receber, constituam uma oportunidade para reforçar a presença económica e empresarial portuguesa no Reino Unido.
Altezas,
Minhas Senhoras e meus Senhores,
O Mundo vive um tempo marcado pela incerteza. Aos desafios colocados pela crise do sistema financeiro internacional e pela alteração da estrutura económica mundial, somam-se os riscos que advêm da multiplicação dos focos de tensão e de conflito e a necessidade de dar resposta às expectativas legítimas dos povos que abraçam a causa da liberdade, designadamente na nossa vizinhança.
É, também, um Mundo de ameaças de natureza cada vez mais global, que exigem, por isso, respostas colectivas.
Esta é uma realidade que necessita de uma União Europeia coesa, solidária, forte e credível. Uma União Europeia que saiba ser uma resposta e uma fonte de esperança para os seus cidadãos. Uma União Europeia aberta ao Mundo, como sempre sublinharam Portugal e o Reino Unido.
Altezas,
O Reino Unido é hoje, como no passado, um dos nossos mais próximos e mais importantes parceiros no quadro europeu e internacional. Queremos sinceramente que assim continue a ser. Por isso, é fundamental que saibamos ser claros nos sinais que damos, para que não subsistam dúvidas sobre o nosso firme empenho nesse sentido. A visita de Vossas Altezas Reais constitui, indiscutivelmente, um renovado sinal de amizade e de confiança entre velhos aliados.
E é nesse espírito de confiança e de ambição quanto ao futuro que peço a todos que se juntem a mim num brinde à saúde e felicidade de Sua Majestade a Rainha Isabel II e de Vossas Altezas Reais, e pelo reforço da aliança secular que une Portugal e o Reino Unido.
Muito obrigado.