Senhor Presidente do Conselho de Administração do Colégio Pedro Arrupe,
Senhora Directora,
Senhores Professores, Pais e Alunos,
Minhas Senhoras e meus Senhores,
Foi com muito gosto que aceitei o convite para estar presente na inauguração do Colégio Pedro Arrupe, que aqui nasceu virado para o rio, num espaço amplo e tranquilo, e que acrescenta a esta zona do Parque das Nações um equipamento de grande qualidade no campo do ensino.
Pude já apreciar as magníficas instalações, a luminosidade, o equilíbrio, a envolvente. Vi, à entrada, o painel que diz “aqui vão crescer os jovens do século XXI”, uma afirmação carregada da imensa responsabilidade dos que se propõem formar os nossos jovens e prepará-los para enfrentar as vicissitudes da vida.
A melhor forma de preparar o futuro é, sem dúvida alguma, dar aos jovens um ensino de qualidade e transmitir-lhes os valores que hão-de servir-lhes de bússola nas suas escolhas pessoais, na relação com os outros e na sua intervenção enquanto cidadãos.
Deixo aqui os meus votos muito sinceros de que possam cumprir plenamente os propósitos que vos animam, o que é também, certamente, a expectativa dos pais que escolheram este Colégio para confiar a educação dos seus filhos.
A escolha de Pedro Arrupe como Patrono do Colégio é uma homenagem a esse homem extraordinário que nasceu há 103 anos. A história e as lições da sua vida são uma referência firme para a abertura ao mundo, ao diálogo e à diferença.
É com este espírito que o Colégio define o seu projecto educativo como “uma carta de marear para o século XXI” e escolhe o Mar como um tema transversal a todo o seu projecto.
Os Portugueses viajaram pelo mar até aos cinco cantos do Mundo e com isso colocaram-se no centro do Mundo. Não só geograficamente, se olharmos para o muito que o mar une, mas também na nossa capacidade de conviver com povos de todas as origens, raças e credos, de deixar um traço da nossa cultura e da nossa maneira de ser por todos os sítios por onde andámos.
Temos que aprender a usar essas qualidades que nos caracterizam como povo e essa centralidade do nosso território. O ensino do mar e a educação de qualidade são, sem dúvida, duas sementes que darão bons frutos.
Como Presidente da República, tenho procurado evidenciar a importância decisiva da educação das crianças e jovens na construção do futuro que todos desejamos para Portugal.
É uma missão que pode e deve contar com as instituições privadas que desenvolvem a sua acção neste sector e que constituem, muitas delas, uma referência de qualidade no panorama do ensino, projectando-se no percurso de sucesso dos seus alunos.
Não podemos prescindir, bem pelo contrário, da competição que estabelecem entre si e com o sector público.
Deve haver multiplicação e diversificação na escolha e nas oportunidades, sem o que é a própria liberdade de ensinar e de aprender que fica comprometida.
Vivemos num mundo global, em que a mobilidade dos jovens e dos adultos é uma realidade e um desafio incontornável. Diversidade, competitividade e capacidade de livre escolha implicam que se alargue e multiplique a oferta e se deixe que cada um se afirme na sua capacidade de ter êxito.
Todas as escolas, públicas e privadas, têm que participar e interagir no combate ao insucesso escolar, no aumento da confiança dos pais, das famílias e da sociedade na qualidade do ensino, na promoção efectiva da igualdade de oportunidades.
Para enfrentar as dificuldades e vencer é cada vez mais determinante o grau de conhecimento e a capacidade de, em permanência, manter o espírito aberto a mais formação e a novos saberes.
Precisamos, para isso, de instituições de ensino de qualidade. Para que possam crescer e afirmar-se é necessário um quadro normativo onde possam agir com confiança na concretização dos seus projectos e dos seus investimentos.
Por isso se espera e exige que a acção política, no seu relacionamento com a sociedade civil, assente na transparência e na abertura ao diálogo. Perante as dificuldades e incertezas que o País atravessa, essa actuação tem que pautar-se, mais do que nunca, por critérios de previsibilidade e estabilidade.
De facto, ao que é imprevisível na realidade económica e social não pode acrescer a imprevisibilidade da acção dos poderes públicos.
Pelo contrário, deve haver uma especial sensibilidade para atenuar essa incerteza, que tem um custo em termos de prémio de risco, e agir de modo a incutir confiança nos agentes que contribuem para o desenvolvimento económico, social e cultural do País.
Isto é válido para qualquer decisão, e tanto mais quando estão em causa alterações substanciais para o curso normal da vida das famílias, dos cidadãos e das empresas, seja qual for o seu campo de acção.
É importante que as medidas adoptadas sejam previamente articuladas com os organismos representativos da sociedade civil, por forma a que os seus legítimos interesses não sejam afectados de forma abrupta e inesperada.
Espero e desejo que se realize plenamente o objectivo que uniu os vossos esforços em torno deste novo projecto educativo de inspiração inaciana.
Quero expressar a todos os seus dirigentes, a todos os professores, colaboradores, alunos e suas famílias, as minhas felicitações pela nova escola e os meus votos dos maiores êxitos no vosso trabalho.
Obrigado.