Faz hoje precisamente 50 anos que foi assinado o Tratado de Roma, que instituiu a Comunidade Económica Europeia. É um marco histórico para a Europa e para o Mundo.
Nunca, como nestes cinquenta anos, a paz no continente europeu foi tão consistente e tão duradoura; nunca os europeus conheceram um período de tão intenso desenvolvimento económico e social.
De uma Europa dividida, cheia de antagonismos e dilacerada pela guerra, passámos para uma Europa que se uniu em torno de uma nova solidariedade. Essa solidariedade tem um nome: integração europeia.
Um longo caminho foi percorrido. Da União Aduaneira até ao mercado único, e do mercado único até ao euro, a integração consolidou-se e a Europa é hoje o maior bloco económico do Mundo. A Comunidade Económica Europeia de 1957 transformou-se na União Europeia de hoje.
O alargamento é outra demonstração do sucesso da construção europeia. De seis Estados iniciais a União Europeia engloba agora vinte e sete membros e outros candidatos aspiram à adesão.
A integração europeia tem sido uma verdadeira âncora de paz, estabilidade e progresso para o continente europeu. A queda do muro de Berlim e a implosão do regime soviético também decorreram do sucesso da integração europeia.
Muito foi feito, mas há ainda muito caminho por fazer.
A União Europeia tem de encontrar agora as respostas para os desafios do nosso tempo. Desde logo o desafio económico e social, no quadro da globalização. Mas também o desafio energético e das alterações climáticas e o desafio da segurança, hoje debaixo de novas e complexas ameaças.
A União Europeia carece de um novo fôlego político que lhe permita decidir e agir com mais legitimidade democrática, mais eficiência e maior coesão.
É o próprio Mundo que reclama uma maior intervenção da Europa em defesa da paz, da estabilidade e equilíbrio das relações internacionais.
Portugal, em boa hora, aderiu em 1986 e tem sido, desde então um parceiro estável, empenhado e solidário. Muito tem beneficiado da adesão, não só no domínio do desenvolvimento económico, mas também na sua projecção externa.
Muito tem também Portugal contribuído para a integração europeia, com a sua identidade e o seu carácter, com a sua vocação externa e capacidade para estabelecer pontes entre regiões e civilizações.
O nosso País vai exercer, no próximo semestre, a presidência do Conselho da União Europeia. Será a terceira vez que o fará e, à semelhança das anteriores, espera-se que o faça de modo a prestigiar Portugal. A convergência de esforços e a mobilização de todos os intervenientes é um imperativo nacional. Imperativo a que me associo como Presidente da República.