Senhor Presidente,

No momento em que se assinalam 5 anos desde os atentados que vitimaram os Estados Unidos da América, quero, Senhor Presidente, assegurar-lhe, em meu nome pessoal e do Povo português, os nossos sentimentos de profunda solidariedade com o povo norte-americano perante a recordação dolorosa daqueles acontecimentos.

Os atentados ocorridos nos Estados Unidos da América vieram despertar a consciência mundial para um novo fenómeno: o terrorismo à escala planetária. Desde então, aprendemos dramaticamente que a segurança é a torre gémea da liberdade. A segurança e a liberdade são valores indissociáveis. Se não vivermos em segurança, deixaremos de ter condições para desfrutarmos da liberdade que só a democracia confere. De igual modo, só em liberdade poderemos dar valor à segurança, quando esta é colocada ao serviço dos cidadãos e não contende com os seus direitos e garantias fundamentais.

Os atentados terroristas de 11 de Setembro de 2001 obrigam a uma reflexão colectiva - que a todos interpela e para a qual todos são chamados - sobre a necessidade de encontrar novas formas de equilíbrio entre os dois princípios fundamentais do Estado de direito democrático: a liberdade e a segurança. Estou certo de que seremos capazes de vencer esta batalha contra a ameaça do terrorismo global, valorizando, simultaneamente, o património de princípios e valores que fundam o regime democrático. Acolhendo o pluralismo de ideias, mas recusando com firmeza todas e quaisquer formas de totalitarismo e de fundamentalismo, a democracia sempre acabará por triunfar. Recordamos, assim, as vítimas dos atentados de 11 de Setembro de 2001 - e, bem assim, todas as vítimas do terrorismo - como os primeiros combatentes de uma luta pela liberdade na qual todos nos devemos empenhar.

Peço a Vossa Excelência, Senhor Presidente, que aceite os protestos da minha mais alta consideração e estima pessoal.

Aníbal Cavaco Silva