O Palácio, localizado em Belém, outrora palácio de reis, é hoje monumento nacional e sede da Presidência da República Portuguesa. Chamado "das leoneiras" no século XVIII, parece ter como emblema o leão - símbolo solar que alia a Sabedoria ao Poder. Uma bandeira de cor verde com o escudo nacional - o estandarte presidencial - é hasteada no palácio indicando a presença do Presidente em Belém.
Trata-se de um conjunto arquitetónico e paisagístico onde avulta um edifício central de cinco corpos com frente para o rio Tejo. A um primeiro palacete, para nascente do Pátio das Damas - o Anexo - segue-se, na viragem para a Calçada da Ajuda, outra construção - o Picadeiro Real, hoje Museu dos Coches. Para poente desenvolvem-se os conjuntos do Pátio dos Bichos, do pavilhão da Arrábida e do Jardim da Cascata. Na direção do sul estende-se o Jardim Grande, que termina num mirante cujo gradeamento prolongado para nascente e poente encontra dois pequenos pavilhões, outrora designados "casas de recreação".
A entrada no palácio faz-se pela rampa do Pátio dos Bichos. Por aqui entram os convidados do Presidente da República e visitas oficiais. No lado esquerdo da subida está o antigo Pátio das Equipagens, onde antes se encontravam as cavalariças e depósitos de coches e arreios. Atualmente estas instalações acolhem o Museu da Presidência da República. A rampa termina no Pátio dos Bichos.
É junto a esta entrada que se realiza, no 3.º domingo de cada mês, às 11 horas, a Rendição Solene ou Render da Guarda, realizado pela guarda de honra do Palácio Nacional de Belém, a cargo do Esquadrão Presidencial da Unidade de Segurança e Honras de Estado da Guarda Nacional Republicana.
Ao entrar no Pátio dos Bichos vê-se ao lado direito a fachada poente do palácio. Aqui, nota-se, pela diversidade da construção, a junção dos dois edifícios: a Arrábida e o palácio. A fachada é constituída por uma porta central, duas laterais, e três janelas de sacada. Ao fundo do pátio encontra-se um muro com uma fonte e várias portas gradeadas que foram, em certa época, ocupadas por animais selvagens provenientes de África.
Na escada de acesso à Sala das Bicas podemos ver o pórtico de pedra (anteriormente exterior) e os vitrais das janelas posteriormente introduzidas.
A sala das Bicas possui chão de mármore preto e branco, nas paredes silhares de azulejos policromos e bustos de jaspe representando imperadores romanos, um enorme lustre de bronze, reposteiros em cor escura com o escudo de D. João V (sem coroa), o teto de madeira pintado e duas bicas que dão o nome à sala.
Imagens desta sala são transmitidas frequentemente na televisão, sempre que os convidados do Presidente da República prestam declarações aos jornalistas.
À direita da Sala das Bicas fica a Sala de Jantar num corpo do palácio que não fazia parte da edificação primitiva, construída no século XVI por D. Manuel de Portugal. Houve um período (1980-1985) em que esta sala serviu de museu expondo os presentes oferecidos ao Presidente Ramalho Eanes. Voltou depois à sua função de sala de refeições para convidados.
À esquerda da Sala das Bicas fica um corredor que serviu de Galeria dos Retratos dos anteriores Presidentes da República. Hoje, esses retratos pintados a óleo sobre tela, estão expostos no Museu da Presidência da República.
A Sala Dourada comunica com o primeiro dos três salões da zona nobre do Palácio - já assim fora concebido no tempo de D. Manuel de Portugal.
O sumptuoso teto da Sala Dourada foi executado no século XVIII, é apainelado, tem uma pintura central alegórica e quatro medalhões nas quadras, rodeados de uma profusão de ornatos de talha dourada.
Por trás da Sala Dourada existe uma pequena capela onde foram batizados o Rei D. Manuel II e o seu irmão, o príncipe Luís Filipe, e, ainda, Miguel, o segundo filho do Presidente Ramalho Eanes.
A Sala Império - assim conhecida por estar decorada com móveis desse estilo -, também chamada Sala Verde, chamou-se anteriormente Sala dos Retratos ou dos Presidentes - por nela se encontrarem, até 1985, os retratos dos Presidentes da República - e antes disso Sala D. João V - pela presença em dada altura de um magnifico busto do Rei, que agora se encontra no Convento de Mafra.
Na parede onde antes se expunham os retratos, encontra-se agora um quadro de grandes dimensões, que contém um elemento curiosamente semelhante ao existente no centro do teto pintado: um medalhão de D. João VI.
Segue-se a Sala Azul, também chamada Sala dos Embaixadores. O teto é igualmente apainelado e foi em tempos muito mais rico e elaborado. Atualmente, aqui se realizam as tomadas de posse individuais de membros do Governo e, aqui, os embaixadores estrangeiros entregam as suas cartas credenciais ao Presidente da República.
Comunicando com a Sala Azul está o Gabinete de Trabalho do Presidente. Durante muitos anos foi quarto de cama, nele dormiram alguns reis e alguns hóspedes ilustres da Coroa. Este quarto sofreu várias transformações. Entre as últimas constam as que se fizeram para a acomodação de D. Amélia, em 1886, obra em que participaram os artistas Columbano e Malhoa. Finalmente, fez-se a instalação do gabinete de trabalho do Presidente Ramalho Eanes. Antes disso, o gabinete do Presidente da República era noutro local e esta era a sala onde reunia o Conselho de Estado.
A atual sala onde se reúne o Conselho de Estado é a mesma que D. Maria II, em 1852, adaptou a sala de baile e onde na época tiveram lugar alguns bailes íntimos da corte.
É pelo atual Pátio das Damas que se faz o movimento geral do palácio. Este, pouco conserva do tempo de D. Manuel de Portugal, em que era mais acanhado.
Atualmente o pátio está limitado, à esquerda de quem entra, pelas traseiras do Museu dos Coches (antigo picadeiro), ao fundo pelo muro do Jardim de Buxo e pela ala nascente do palácio e à direita pelo Palacete construído no início do século XX pelo Rei D. Carlos, para alojar as comitivas dos visitantes oficiais. Foi então que foram derrubadas as velhas construções, ampliado o pátio e aberto um portão para a Calçada da Ajuda.