Transcrição da resposta do Presidente da República a perguntas de jornalistas sobre o Grupo Espírito Santo

Por uma razão de transparência, transcreve-se na íntegra, a resposta dada pelo Presidente da República a perguntas de jornalistas sobre o Grupo Espírito Santo, no dia 21 de julho de 2014, em Seul.

“JORNALISTA: Como tem, o Senhor Presidente, acompanhado nas últimas semanas a situação no Grupo Espírito Santo e gostaria de lhe perguntar também, se encara a possibilidade desta situação ter consequências na Economia portuguesa.

PRESIDENTE DA REPÚBLICA: Eu considero, pela informação que tenho, que o Banco de Portugal, como autoridade de supervisão, tem vindo a atuar muito bem para preservar a estabilidade e a solidez do nosso sistema bancário.

Devo-lhe dizer que a pergunta também me foi colocada, aqui, num encontro que tive com um jornalista. E eu procurei explicar-lhe, e penso que o convenci, a diferença entre a área financeira do Grupo Espírito Santo e a área não financeira. E, mesmo em Portugal, há alguma confusão entre estas duas áreas. O Banco de Portugal, desde há algum tempo, tem vindo a tomar medidas para isolar o banco, a parte financeira, das dificuldades financeiras da zona não financeira do grupo. E, o Banco de Portugal tem sido perentório, categórico, a afirmar que os portugueses podem confiar no Banco Espírito Santo, dado que as folgas de capital são mais do que suficientes para cobrir a exposição que o banco tem à parte não financeira, mesmo na situação mais adversa. E eu, de acordo com informação que tenho do próprio Banco de Portugal, considero que a atuação do Banco e do Governador tem sido muito, muito correta.

Em relação à pergunta se há efeitos sobre a Economia portuguesa, haverá sempre alguns efeitos mas eu penso que não vêm do lado do Banco, vêm da área não financeira. Se alguns cidadãos, alguns investidores, vierem a suportar perdas significativas, podem adiar decisões de investimento ou mesmo alguns deles podem vir a encontrar-se em dificuldades muito fortes; por isso, não podemos ignorar que algum efeito pode vir para a economia real, por exemplo, em relação àqueles que fizeram aplicações em partes internacionais do Grupo que estão separadas do próprio Banco em Portugal. Mas eu penso que, pela a informação que temos, não terá assim um significado de monta.”

Veja abaixo, em Multimédia, a resposta do Presidente da República.

02.09.2014