Amor é fogo que arde sem se ver
É ferida que dói e não se sente

Todos nós conhecemos, pelo menos da escola, o princípio do belíssimo soneto de Camões que tanto gostamos de citar. Normalmente em circunstâncias felizes.

Nos últimos anos temos sido confrontados, e em excesso, com fogo que arde, mas vê-se.

Que é ferida a rasgar a paisagem e a deixar cicatrizes negras no corpo e na alma de Portugal.

Não há lágrimas – e tantas têm sido choradas pelas mulheres e homens do meu País – que cheguem para apagar esse fogo e fazer nascer de novo o verde na paisagem calcinada.

São muitas as famílias atingidas por esta calamidade que destrói até à raiz o trabalho de uma vida dura e difícil.

Tudo o que possamos fazer para apaziguar os efeitos desse mal é bem-vindo.

Estas 16 viaturas, resultado da campanha “Ajuda-nos a apagar este fogo”, são o exemplo de como a sociedade pode e deve contribuir para tornar menos difícil a vida daqueles que não desistem de lutar, pondo em risco a sua própria vida.

Será também uma ajuda preciosa tornarmo-nos todos uma comunidade empenhada em diminuir os comportamentos de risco que fazem do nosso país um dos mais atingidos pelos incêndios florestais.


Maria Cavaco Silva